Roberto Alves*
Todos nós já fomos crianças um dia. É gostosa a nostalgia de lembrar do passado, com brincadeiras divertidas entre primos, amiguinhos na escola, almoços de família e viagens, mas e quando a lembrança não é positiva? E quando algum acontecimento marca de uma forma tão sombria esse passado?
O período entre a infância e a adolescência é extremamente importante para formar o caráter e a personalidade do adulto. É também o momento da nossa vida em que somos mais frágeis e, consequentemente, podem acontecer traumas que serão carregados conosco para sempre.
De acordo com pesquisas, mais de 70% dos casos de violência sexual denunciados aconteceram com menores de idade. Desses, quase 95% foram praticados por pessoas conhecidas da criança e em 65% dos casos, o agressor está dentro do próprio grupo familiar! Atualmente, com a situação em que o mundo se encontra nessa pandemia e isolamento social, em que os jovens são obrigados a estudarem de casa e incapacitados de sair, o perigo se torna ainda maior! Os números assustam e não param de crescer.
Tendo isso em mente, o Maio Laranja começa com uma série de campanhas, seminários e audiências públicas online com o objetivo de conscientizar e combater esse tipo de crime. O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente ressalta a responsabilidade da família nos cuidados com os menores de idade. Precisamos proteger nossas crianças.
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Uma das formas de prevenção a esse tipo de acontecimento é o diálogo com a criança, é saber abordar com ela a educação sexual e fazê-la ver que algumas atitudes simplesmente não podem acontecer. Junto a isso, também precisam ser abordadas formas de denúncia. Quem procurar? Como procurar? Quando procurar?
Os órgãos responsáveis pela rede de proteção a crianças e adolescentes elaboram protocolos para saber como agir em casos de denúncia, para onde transferir cada caso, visando a melhor solução do problema. Se você for vítima de algum tipo de violência ou presenciar algum crime nesse sentido, não hesite! Denuncie! Você pode se identificar ou fazê-lo de forma anônima, mas não fique parado.
Disque 100 ou 190 ou entre em contato com o Conselho Tutelar mais próximo de sua cidade ou com o Ministério Público. Essa atitude pode salvar vidas!
*Roberto Alves é deputado federal pelo Republicanos de São Paulo.
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