A liberdade e a democracia são valores universais, inegociáveis e imprescindíveis. A liberdade é pilar essencial da natureza humana. É de certa forma surpreendente e inacreditável que num país que vivenciou uma pandemia com quase 600 mil mortes; esteja assistindo a inflação sair de controle, com a perda do poder de compra dos assalariados; tenha milhões de desempregados, desalentados, subempregados e miseráveis; enfrente uma monumental crise hídrica e energética; veja a tênue recuperação da economia ir pelo ralo; e ao mesmo tempo, testemunhe uma manifestação de cerca de dois milhões de brasileiros indo às ruas em torno de uma pauta exótica, descolada do mundo real, pedindo o impeachment do Ministro do STF, Alexandre de Moraes, e o reestabelecimento do voto impresso, questão já decidida pelo Congresso Nacional.
Nossa democracia experimenta o mais longo período de existência em toda a história do Brasil. São trinta e sete anos. A democracia brasileira contemporânea tem suas raízes na resistência democrática, na luta pela Anistia, na Campanha das Diretas, na vitória de Tancredo e na Constituição de 1988. Um dos mais belos discursos pronunciados no Congresso certamente foi o de Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, em 5 de outubro de 1988, na promulgação da nova Constituição, cheia de ensinamentos úteis para o grave momento que vivemos. As novas gerações deveriam resgata-lo e lerem com atenção cada linha.
Disse Ulysses: “A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Descumprir, jamais. Afronta-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito: rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio, o cemitério. A persistência da Constituição é a sobrevivência da Democracia. Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o estatuto do homem, da liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a tirania”.
As coisas não vão bem. A democracia voltou a ser ameaçada. A polarização radical e estéril não nos levará a bom porto. Se as coisas não vão bem, na abertura das comemorações dos 200 anos da Independência, é hora de começar a pensar um novo rumo para o Brasil.
É em função disso, que os partidos políticos CIDADANIA, DEM, MDB e PSDB se uniram, através de suas fundações e institutos de estudos e pesquisas, para promover, de 15 a 27 de setembro, o seminário NOVO RUMO, sempre às 18:30, que você poderá assistir no site www.seminarionovorumo.com.br, que discutirá os temas que realmente interessam à população. Ex-presidentes da República, ex-ministros, especialistas debaterão o futuro do país.
A mesa de abertura será na quarta-feira, dia 15 de setembro, com o tema central neste momento “Crise Institucional e Democracia”, com a participação do ex-ministro e ex-presidente do STF, Nelson Jobim e dos ex-presidentes da República Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e Jose Sarney.
PublicidadeTenho convicção que a maioria do povo brasileiro não aposta na radicalização e no confronto e sim no diálogo. Vamos juntos pavimentar os caminhos para o Brasil superar a presente crise e construir seu novo rumo.
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