Hoje acordei antes do sol nascer e, ainda de pijama, fui para o Salão Oval. Sonhei ou tive um pesadelo sobre a necessidade de tomar algumas decisões que só o papel timbrado e a caneta do maior poder terrestre me garantem realizar. As mãos estavam trêmulas e frias, mas a minha obstinação em consertar o mundo e fazer algo inusitado, original, absurdo, inacreditável se fixara em minha mente prodigiosa ou débil; sei lá!
Meu pai, de quem herdei o tino empresarial, com carinho, dizia que eu era um menino traquina e, se quisesse vencer na vida, deveria controlar meus instintos e planejar minuciosamente os meus passos. Eu era tão levado da breca que, certa vez, minha mãe, preocupada com as minhas travessuras e comportamento agressivo, levou-me a um psiquiatra. O médico conversou longamente a sós comigo e prescreveu alguns exames, marcando nova consulta.
Com o resultado dos exames em mãos, voltei ao consultório e, desta vez, minha mãe ficou ao meu lado. O psiquiatra, após a análise dos resultados, com a mão no queixo e ar de sábio, deu o seu diagnóstico: - Seu filho não é o que podemos chamar de um ser humano normal, desenvolve planos fantasiosos e reações agressivas a qualquer situação que lhe seja desfavorável. Creio que, se não for medicado e acompanhado regularmente, poderá chegar à idade adulta com sérios distúrbios mentais.
De volta à casa, meu pai decidiu que, ao contrário de tratamentos, eu passaria a acompanhá-lo nos negócios. Assim, antes mesmo de atingir a puberdade, eu já manipulava com habilidade tratativas empresariais. Durante o curso universitário não deixei de influenciar decisões que transformaram nossas empresas expressivas no cenário nacional. Bilionário, famoso e galanteador, cerquei-me de mulheres. Venci e perdi batalhas, reinventei-me e vivia insatisfeito por não ter o poder de conquistar o mundo. Contra tudo e todos, superei obstáculos e cheguei até aqui nesta mesa que foi ocupada pelos mais ilustres personagens da história americana.
[fotografo]Divulgação[/fotografo]
Novo presidente dos Estados Unidos é alvo de críticas em todo o mundo
Hoje, começando a semana, mostrarei a todos que é possível fazer mais pela nossa nação e decidirei o que é melhor para mim e a América. Não sou louco, sou um visionário que transformará a humanidade, mesmo se for necessário diminuir o número de seres humanos.
Agora vou fazer o rascunho das medidas que anunciarei à nação e ao mundo antes que nossos cidadãos saiam para o trabalho:
1 - Anular a decisão sobre o muro na fronteira com o México e, a exemplo dos russos, promoverei plebiscito entre os mexicanos para anexar um terço daquele país ao nosso território; desta forma, deixarão de ser imigrantes para serem americanos. Tal medida será estendida aos cubanos que, também, poderão optar pela anexação, pois adoram o nosso modo de vida.
2 - Em virtude das ameaças da Coréia do Norte, apoiaremos a reunificação dos países e eliminaremos o s riscos de conflitos que possam nos atingir. O apoio será imediato e forte com ocupação do território daquele outro louco, em questão de dias. Os que morrerem serão considerados heróis, e, daqui há alguns anos, pediremos desculpas pelos excessos.
3 - Antes da chegada de março, em conjunto com a Rússia, aniquilaremos os poucos militantes terroristas. Será à força. Nenhum deles será levado a julgamento por crimes contra a humanidade.
4 - Determinarei que os acordos firmados sob a supervisão da ONU sejam revogados, e, a partir de agora, só faremos acordos bilaterais com nações muito amigas.
Depois desses atos, deixarei outras questões para depois do Carnaval, pois preciso costurar os adereços da minha fantasia de super-homem que usarei no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro; isto é, se não tiver o meu visto de entrada recusado na alfândega, afinal, esses brasileiros são muito loucos!
Hoje acordei antes do sol nascer e, ainda de pijama, fui para o Salão Oval. sonhei ou tive um
pesadelo sobre a necessidade de tomar algumas decisões que só o papel timbrado e a caneta
do maior poder terrestre me garantem realizar. As mãos estavam trêmulas e frias, mas a minha
obstinação em consertar o mundo e fazer algo inusitado, original, absurdo, inacreditável se
fixara em minha mente prodigiosa ou débil; sei lá!
Meu pai, de quem herdei o tino empresarial, com carinho, dizia que eu era um menino
traquina e, se quisesse vencer na vida, deveria controlar meus instintos e planejar
minuciosamente os meus passos. Eu era tão levado da breca que, certa vez, minha mãe,
preocupada com as minhas travessuras e comportamento agressivo, levou-me a um psiquiatra.
O médico conversou longamente a sós comigo e prescreveu alguns exames, marcando nova
Com o resultado dos exames em mãos, voltei ao consultório e, desta vez, minha mãe ficou ao
meu lado. O psiquiatra, após a análise dos resultados, com a mão no queixo e ar de sábio, deu
o seu diagnóstico: - seu filho não é o que podemos chamar de um ser humano normal,
desenvolve planos fantasiosos e reações agressivas a qualquer situação que lhe seja
desfavorável. Creio que ,se não for medicado e acompanhado regularmente, poderá chegar à
idade adulta com sérios distúrbios mentais.
De volta à casa, meu pai decidiu que, ao contrário de tratamentos, eu passaria a acompanhá-lo
nos negócios. Assim, antes mesmo de atingir a puberdade, eu já manipulava com habilidade
tratativas empresariais. Durante o curso universitário não deixei de influenciar decisões que
transformaram nossas empresas expressivas no cenário nacional.
Bilionário,famoso e galanteador, cerquei-me de mulheres. Venci e perdi batalhas,
reinventei-me e vivia insatisfeito por não ter o poder de conquistar o mundo. Contra tudo e
todos, superei obstáculos e cheguei até aqui nesta mesa que foi ocupada pelos mais ilustres
personagens da história americana.
Hoje, começando a semana, mostrarei a todos que é possível fazer mais pela nossa nação e
decidirei o que é melhor para mim e a América. Não sou louco, sou um visionário que
transformará a humanidade, mesmo que se for necessário diminuir o número de seres
Agora vou fazer o rascunho das medidas que anunciarei à nação e ao mundo antes que nossos
cidadãos saiam para o trabalho:
1 - Anular a decisão sobre o muro na fronteira com o México e, a exemplo dos russos,
promoverei plebiscito entre os mexicanos para anexar um terço daquele país ao nosso
território; desta forma, deixarão de ser imigrantes para serem americanos. Tal medida será
estendida aos cubanos que, também, poderão optar pela anexação, pois adoram o nosso modo
2 - Em virtude das ameaças da Coréia do Norte, apoiaremos a reunificação dos países e
eliminaremos o s riscos de conflitos que possam nos atingir. O apoio será imediato e forte com
ocupação do território daquele outro louco, em questão de dias. Os que morrerem serão
considerados heróis, e, daqui há alguns anos, pediremos desculpas pelos excessos.
3 - Antes da chegada de março, em conjunto com a Rússia, aniquilaremos os poucos militantes
terroristas. Será à força. Nenhum deles será levado a julgamento por crimes contra a
4 - Determinarei que os acordos firmados sob a supervisão da ONU sejam revogados, e, a partir
de agora, só faremos acordos bilaterais com nações muito amigas.
esses atos, deixarei outras questões para depois do Carnaval, pois preciso costurar os adereços
da minha fantasia de super-homem que usarei no desfile das escolas de samba do Rio de
Janeiro; isto é, se não tiver o meu visto de entrada recusado na alfândega, afinal, esses
brasileiros são muito loucos!