Considerado o mais universal dos poetas portugueses, o lisboeta Fernando Pessoa disse que “existe no silêncio tão profunda sabedoria, que às vezes ele transforma-se na mais perfeita resposta”.
Hoje, porém, como não busco dar respostas, mas sim provocar alguma reflexão, vou no sentido inverso ao que expressou o filósofo, dramaturgo e comentarista político português, que também assinava seus escritos como Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e outros pseudônimos.
Com um rasgo de orgulho pelo que estamos construindo no meu Estado do Ceará na atualidade, não usarei o sábio silêncio como recomendado por Pessoa.
Recorro, sim, ao que tenho dito e repetido em minhas andanças e falas políticas como militante sobre o que um grupo de cearenses tem projetado, nos últimos anos, a partir desse pedaço de chão do semi-árido nordestino, colocando o Ceará num patamar de desempenho que muito bem comprova os resultados da ação política como prática do bem comum e, até eventualmente, como premissa para o sucesso setorial e empresarial de alguns agentes.
Se não, vejamos números que, hoje, nos permitem ter aquele bom orgulho do que construímos: o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará saltou 18,3% no segundo trimestre deste ano, em comparação com igual período de 2020. Esse desempenho é quase seis pontos percentuais acima da média nacional, que foi de 12,4%.
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Esse resultado foi impulsionado pela indústria cearense que registrou crescimento de 44,96% no acumulado de abril a junho deste ano. Dado bem acima da média brasileira para o período e que ficou em 17,8%, de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Com esse desempenho, apesar de toda a desalentadora crise da economia e dos efetivos estragos do desemprego e da pandemia, a projeção para o PIB cearense neste ano de 2021 passa de 5,77% para 6,24%.
Estamos registrando índices com velocidade de crescimento bem acima do Brasil.
E qual seria o diferencial do Ceará?
Tudo isso tem a ver, primeiramente, com a capacidade de investimento do setor público e, também, com a retomada pela indústria no setor privado.
O Ceará já é, há alguns anos, o estado brasileiro que mais investe em relação à sua Receita Corrente Líquida.
E numa leitura de cumprimento aos princípios do keynesianismo (conjunto das teorias e medidas propostas pelo economista britânico John Keynes, que defendia uma forte intervenção econômica do Estado dentro do mercado livre capitalista, com o objetivo de garantir o pleno emprego e manter o controle da inflação), temos no Ceará a comprovação de que esse potencial de investimento do setor público tem sim a capacidade de atrair o investimento privado.
Com uma firme e vigilante postura do Governo do Ceará diante da pandemia do covid-19, o Estado tomou várias medidas, tanto na área econômica quanto na área social, para proteger as pessoas dos efeitos da pandemia e estimular a demanda agregada.
O Ceará adotou, por exemplo, a ampliação de 70 mil para 150 mil o número de famílias atendidas por políticas sociais do governo estadual destinadas a famílias de extrema pobreza e que têm filhos de até 5 anos e 11 meses.
Foram ações que estimularam a economia e reduziram o impacto da pandemia.
Um bem estruturado Plano de Retomada Gradual das Atividades Econômicas e Sociais também foi determinante para o Ceará se destacar no setor de Serviços, registrando um crescimento de 15,94% se comparado ao mesmo período do ano passado. Nesse setor, o Ceará também teve desempenho acima da média nacional que ficou em 10,8%.
Junto com a Indústria, o setor de Serviços foi responsável pela geração de novos empregos com carteira assinada no Ceará no acumulado do primeiro semestre deste ano.
Os dados do terceiro trimestre de 2021, confirmam a sustentabilidade nos números da nossa economia: o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará cresceu 4,78%, em relação ao mesmo trimestre de 2020.
O resultado do Ceará é superior ao PIB nacional que registrou crescimento de 4,0% no mesmo período.
Em qualquer escala de comparação, o Ceará vem crescendo mais que o Brasil.
E para além da excelente notícia do crescimento da economia cearense no ano de 2021, com números em torno de 6,24%, enquanto a projeção para a economia nacional que é de 4,65%, trabalhamos com a previsão de que, em 2022, a economia cearense deve crescer 1,25%, enquanto a previsão para a brasileira é 0,5%.
Os números indicam que estamos fortalecendo a economia, e tudo isso se transforma em emprego e renda para o Estado.
Uma projeção que também temos para o campo do futebol, onde pontuamos como o único estado nordestino a ter representantes na principal divisão do futebol brasileiro, com impecável saúde financeira dos nossos clubes.
Ceará e Fortaleza estão, de novo, em 2022, na Série A, projetando crescimento de cerca de 50% nos investimentos se comparado com o período imediatamente anterior à pandemia.
Além disso, nossos times também estão classificados para competições continentais, em 2022: Copa Sul-americana e Libertadores.
Estamos vencendo a pandemia, estamos retomando a economia e, pelo visto, estamos nos preparando para dar respostas que vão muito além do silêncio.
O Ceará tem sido líder em investimentos públicos no Brasil, notadamente na formação de gestores e gestoras que entendem a administração pública como premissa para vencer as desigualdades sociais que tanto assolam nosso País e estimular o empreendedor privado. Não custa nada lembrar que 79 das 100 melhores escolas do ensino médio do Brasil estão aqui no Ceará.
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