As decisões que serão amadurecidas pela sociedade até as eleições de 2014 pressupõem que os principais atores na cena política ganhem nitidez e solidez. Principalmente PSDB e PT têm a obrigação de clarear suas posições sobre os principais temas que afetam a vida da população.
Uma questão central no mundo contemporâneo é o modelo de intervenção do Estado, seu papel e suas relações com a sociedade e o mercado.
O objetivo essencial da ação governamental é maximizar o bem-estar social, perseguindo o desenvolvimento, a estabilidade e a equidade social.
O PSDB sempre teve clareza absoluta, dentro de uma leitura contemporânea dos princípios social-democratas, da necessidade de um Estado forte, mas não inchado, onipresente e agigantado; de um Estado ágil e eficiente, regulador e articulador de parcerias; de um Estado moderno, presidido pelas diretrizes da profissionalização, do compromisso com metas e resultados e da meritocracia. Enfim, o Estado socialmente necessário, que prima pela qualidade nos serviços diretamente ofertados e pelo papel ativo na construção de parcerias com a iniciativa privada e com o terceiro setor para melhorar a vida das pessoas e do país.
Essa visão de Estado esteve presente no Plano Diretor da Reforma do Estado, nas privatizações, na quebra do monopólio do petróleo, na introdução da estabilidade dos contratos e dos marcos regulatórios. Foram esses os fundamentos do Choque de Gestão implantando em Minas Gerais sob a liderança de Aécio Neves e Antonio Anastasia.
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Já o PT sempre foi confuso em termos políticos e teóricos na construção de sua concepção de Estado. A mistura de elementos do pragmatismo do sindicalismo do ABC com fragmentos da Teologia da Libertação, somados a um marxismo mal elaborado de extrema esquerda, resultou na adesão total ao Estado máximo desenvolvimentista. Fora do Estado não haveria solução ou virtude. No poder, ao serem confrontados com a realidade, fizeram uma adesão insegura e envergonhada às Parcerias Público-Privadas e desencadearam a “estatização da sociedade civil” (UNE, CUT, ONGs, MST etc).
PublicidadeA falta de uma visão moderna sobre Estado derivou num aparelhamento inédito do aparato estatal, numa partidarização sem precedentes dos órgãos governamentais, na instabilidade do ambiente regulatório e na fragilidade das estratégias de envolvimento de capitais privados na expansão necessária dos investimentos.
Corremos graves riscos. Estamos perdendo oportunidades. Estamos afugentando investidores. Setores essenciais, como energia e petróleo, patinam perigosamente. Em pleno século XXI, estamos construindo uma economia produtora de commodities, onde a demanda interna sustenta a criação de empregos de baixa qualidade e produtividade.
O PSDB se propõe a dar outro rumo e ritmo ao Brasil. Faz diferença, sim, para a vida da população a escolha entre visões tão diferenciadas sobre o papel do governo no processo de desenvolvimento da sociedade.
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