Na semana passada em Curitiba-PR, tivemos a grata satisfação de assistir ao julgamento, pelo Tribunal do Júri, de oito integrantes de um grupo de skinheads / nazistas acusados de tentar matar duas pessoas em 2005, uma porque era homossexual, outra porque era negra. Foram levados ao julgamento graças ao trabalho primoroso da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Ministério Público. Uma das vítimas que sobreviveu ao ataque, mesmo tendo sido brutalmente esfaqueada, procurou o Grupo Dignidade na época, que denunciou e acompanhou todo o transcurso do processo. Parabéns à nossa área jurídica! Sete integrantes do grupo de nazistas foram condenados a penas diversas no último dia 2 de agosto.
O nazismo é uma filosofia repugnante que ceifou vidas de milhões de pessoas nos anos 1930 e durante a 2ª guerra mundial, principalmente judeus, mas também LGBTI+, testemunhas de Jeová, ciganos, comunistas, deficientes físicos e mentais, entre outros, além de prisioneiros de guerra.
Resumidamente, a estratégia do nazismo em relação às minorias sociais não arianas compreendia inicialmente um processo de exclusão, depois discriminação, retirada de direitos, segregação, criminalização, encarceramento, trabalho forçado e por fim aniquilação ou extermínio. Infelizmente, para alguns, as atrocidades do holocausto servem como inspiração perversa, em vez de lição sobre algo que jamais deveria se repetir.
Leia também
A justiça foi feita no Tribunal do Júri de Curitiba. A mensagem foi clara. Não se pode tolerar a discriminação contra as pessoas. Todos nós nascemos livres e iguais em dignidade e direitos. É preciso denunciar todo e qualquer atentado injusto contra a cidadania plena e os direitos humanos das pessoas, independente de quem sejam. Os esforços da humanidade deveriam ser despendidos em prol da cultura da paz e do respeito universal, e não em prol do ódio e da violência.
* Toni Reis é pós-doutor em Educação, diretor executivo do Grupo Dignidade e diretor presidente da Aliança Nacional LGBTI+