Há mais de 40 anos o estado do Amazonas não tem uma ligação rodoviária com o restante país. A BR-319, que foi uma via que já permitiu essa integração, possui mais de 400 quilômetros de seu trecho do meio intrafegáveis, principalmente neste período de chuvas.
O drama econômico decorrente do nosso isolamento logístico é conhecido. Um custo Amazonas que se sobrepõe ao chamado custo Brasil. As dificuldades que os amazonenses têm de se deslocar por via rodoviária para outros estados do país também são conhecidos.
Mas, a crise de abastecimento de oxigênio no Amazonas, consequência da pandemia, trouxe um elemento trágico e sem precedentes para os amazonenses. A falta da rodovia impediu que o insumo chegasse num curto prazo de tempo ao nosso estado. As opções eram levar os cilindros de oxigênio por Belém, com chegada em cinco dias, ou por Porto Velho, com oito dias.
Mas, as pessoas em estado grave não podiam esperar cinco ou oito dias. Organizou-se uma força tarefa, que conseguiu levar em três dias o oxigênio ao estado. No entanto, o saldo de mortes, apesar de todos os esforços, expôs a sua face mais trágica.
A paralisação das obras de asfaltamento de um trecho de 53 quilômetros da BR-319 mostra a intransigência do MPF, formado, no Amazonas, por procuradores que estão de passagem. A decisão judicial se deu na ausência do juiz titular do TRF1. Numa palavra: isso é uma covardia com o povo do Amazonas. E mais: é falta de sensibilidade e responsabilidade econômica, geográfica e de saúde pública.
Em conversa com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, decidimos aguardar o retorno do juiz titular do TRF1 para derrubar esta decisão absurda. Lembrando que esse embargo não se refere ao trecho do meio, mas a outro já asfaltado, com todos os requisitos ambientais exigidos pelo MPF e pela justiça atendidos.
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