O nível de tributação é variável chave em seu processo de desenvolvimento. É inevitável que a sociedade financie as ações do aparelho estatal e as diversas políticas públicas. Mas a definição do tamanho do Estado é essencial na determinação do nível de investimentos e eficiência do país. Inicialmente, o Estado moderno tinha funções mínimas ligadas à defesa nacional, a efetividade do aparato legal e a credibilidade da moeda. Com o passar dos tempos, sobretudo no século XX, as funções do Estado foram ampliadas, das políticas sociais até ações empresariais, via estatais.
O tamanho do Estado é determinado historicamente e cada país trilha seu caminho. Há nações onde a sociedade e o mercado são maiores que o Estado, e há casos inversos. Quanto maior o Estado, maior seu patamar de financiamento e a exigência do governo transferir renda da sociedade para os cofres públicos. O Estado socialmente necessário em cada situação concreta é decisão política da sociedade, que reflete certa disposição de pagar tributos até determinado nível em troca da prestação de serviços públicos com certa qualidade e amplitude. Independente do tamanho do Estado e da carga tributária, o equilíbrio fiscal é um fundamento central para o bom desempenho da economia. O gasto superior ao volume de impostos arrecadados implica em ampliação da dívida pública.
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No Brasil, a economia e a sociedade floresceram à sombra do Estado. Nossa modernização e industrialização nasceram com o patrocínio da forte e visível mão do Estado. Getúlio, JK, Geisel lideraram ciclos de desenvolvimento gerados por forte intervenção estatal. A partir da crise dos anos 90 colocou-se em pauta o tema da Reforma do Estado. Hoje o Brasil vive uma gravíssima crise fiscal. O déficit nominal este ano deve bater quase em 8% do PIB. E a carga tributária chegará a 37% do PIB, uma das maiores entre os países emergentes, sendo um forte obstáculo ao desenvolvimento nacional.
O remédio para a crise fiscal deve vir do corte de despesas, do aumento da produtividade dos recursos e do aumento de receitas via crescimento econômico, não do aumento da carga tributária. Mas essa não é a receita perseguida por Dilma e pelo governador de Minas, Fernando Pimentel. A presidente ensaia a volta da CPMF e aumentou outros impostos, contribuições e taxas. O governador propôs e aprovou na Assembleia um violento aumento de impostos (energia, telefonia, bebidas, cosméticos etc.). A economia mineira perderá competitividade e o consumidor é que pagará essa conta.
A sociedade brasileira tem demonstrado de forma clara e cristalina que não suporta mais aumento de impostos. Até porque a qualidade dos serviços públicos vem se deteriorando e a corrupção institucionalizada chegou a limites intoleráveis. Por isso, no Congresso Nacional, a CPMF não passará.
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