O advogado Amilton Augusto, que em 2018 atuou na defesa jurídica da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro, está determinado a se lançar na vida política. Após receber convites de vários partidos, disse ao blog estar “99,9%” fechado com o PSB de São Paulo, que lhe ofereceu vaga para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Especialista em Direito Eleitoral, Amilton conta que tem “grandes amigos” em outros partidos, mas se fixou no PSB por causa do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, com quem se encontrou recentemente.
Alckmin, como se sabe, deverá se filiar ao partido fundado por Miguel Arraes para sair candidato a vice-presidente da República na chapa de Lula (PT). “Gosto muito do Alckmin, acredito muito nele e o procurei para ele me dar um norte. E a sugestão dele foi que eu fosse para o PSB”, conta Amilton Augusto.
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Muito próximo ao ex-ministro Gustavo Bebianno, coordenador da campanha de Bolsonaro nas últimas eleições, Amilton relata que se aproximou do grupo político do atual presidente por causa de uma relação que inicialmente era apenas “profissional-jurídica”: “Depois, eu realmente acreditei que o Brasil poderia mudar. O primeiro baque veio com a queda de Bebianno. Um general não pode abandonar um soldado, como o Bebianno foi abandonado. Aquele governo que a gente imaginava que ia fazer as coisas diferente é mais do mesmo. União com Centrão!”
Referindo-se a Bolsonaro, o advogado prossegue: “Dizem que ele não consegue fazer porque não deixam. Então que renuncie. Se não é capaz de fazer, melhor sair. Fico impressionado como ainda tem gente que o defende com esse discurso vitimizado, de que a culpa é sempre do outro. A verdade é que ele não tem capacidade administrativa”.
“Quando ele sair, vou soltar fogos”, acrescenta Amilton Augusto. “Efetivando-se a chapa Lula/Alckmin, apoiarei, principalmente por causa do Alckmin, mas também não vejo outro nome, além do Lula, com capacidade para derrotar Bolsonaro. A terceira via não existe”. O advogado ressalva, porém, que a eleição presidencial não será o seu principal foco.
PublicidadeFala que a sua prioridade será a defesa das crianças: “Tem bancada da bala, bancada disso, bancada daquilo, mas nunca vi uma bancada das crianças. E nada me parece mais necessário. Além dos problemas que sempre tivemos, agora precisamos cuidar dos órfãos da covid”. (Com Cynthia Araújo)