Em depoimento à polícia do Paraná uma vigilante declarou que ouviu o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho gritar “aqui é Bolsonaro” antes de atirar e matar o guarda municipal Marcelo Arruda na noite de 9 de julho, durante sua comemoração do aniversário de 50 anos com temática petista.
Daniele Lima dos Santos relata que fazia ronda de moto na rua onde ocorria festa em Foz do Iguaçu. A vigilante conta que Guaranho gritou “aqui é Bolsonaro” por duas vezes: na primeira, quando chegava à chácara onde aconteceu o aniversário e, pela segunda vez, ao retornar sozinho ao local e atirar em Marcelo.
“No que ele entrou com tudo na chácara, eu só ouvi nitidamente ele falando ‘aqui é Bolsonaro, porra’. Aí, dentro de dois minutos, começou o tiroteio”, declarou Daniele à polícia que acrescentou que os primeiros tiros foram disparados às 23h54. “Procurei achar apoio, ligar para polícia.”
O depoimento da vigilante, apesar de fazer parte do inquérito, não foi citado na conclusão do relatório final da investigação.
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Na sexta-feira (15), a delegada Camila Cecconello, da Polícia Civil do Paraná (PCPR), descartou a possibilidade do assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do PT no estado, tenha configurado crime político. Com isso, a investigação e eventuais processos contra o autor do crime, o guarda prisional Jorge Guaranho, será realizada partindo do preceito de que ele cometeu crime comum.
Marcelo foi assassinado durante sua festa de aniversário, no município de Foz do Iguaçu, onde decorou a comemoração com imagens do ex-presidente Lula (PT). Ao ver a festa, Jorge Guaranho parou o carro na frente, e deixou o som ligado tocando músicas de apoio a Jair Bolsonaro (PL). A ação provocou uma briga com os participantes, e Jorge fugiu. Na sequência, retornou e invadiu a cerimônia gritando “aqui é Bolsonaro”, e atirou contra o aniversariante. Marcelo atirou de volta, mas somente ele morreu.