Duas vereadoras trans do Psol vão denunciar o presidente Jair Bolsonaro (PL) por suas falas homofóbicas no Flow Podcast. A vereadora de São Paulo Erika Hilton e a vereadora suplente de Porto Alegre Natasha Ferreira acusam o presidente de associar a epidemia de varíola dos macacos à homossexualidade durante recente entrevista.
Na entrevista ao apresentador Igor Coelho, divulgada nesta segunda-feira (8), Bolsonaro responde, quando o entrevistador revela que tomaria a vacina: “Tu não me engana. Eu tenho certeza de que você quer tomar”.
“O mundo inteiro está preocupado com a epidemia de monkeypox e está se mobilizando para encontrar políticas concretas de combate à doença. Infelizmente, o presidente do Brasil mais uma vez se coloca na contramão da lógica e da ciência, exatamente como foi com a covid-19”, afirma a vereadora Erika Hilton.
Já para Natasha Ferreira a piada deixa implícito que o apresentador teria comportamento homossexual. “Existe uma grande preocupação no mundo por que alguns dados mostram que a doença acabou atingindo mais homens gays, mas ela não é exclusiva desta parcela da população, muito pelo contrário. Grupos conservadores já começaram a usar a doença para estigmatizar pessoas LGBTI+, assim como aconteceu com o HIV”, destacou.
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“Quando Bolsonaro faz esse tipo de piada nas entrelinhas, tenta se proteger, mas deixa evidente o preconceito e a mensagem de discriminação é entregue. Homofobia é crime no Brasil. Não vamos silenciar”, completou a vereadora.
Na denúncia que será apresentada, as vereadoras pretendem lembrar que Bolsonaro é reincidente em casos de homofobia e lembram que o Ministério Público já reconheceu ações discriminatórias dele.
PublicidadeNo ano de 2020, as vereadoras, juntamente com as deputadas Fernanda Melchionna, Luciana Genro e Sâmia Bomfim do PSOL, denunciaram Bolsonaro por ter feito piadas homofóbicas no Maranhão, ao afirmar que viraria homossexual por tomar um guaraná de cor rosa.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), em movimento inédito, pela primeira vez na história, se manifestou dizendo que um presidente cometeu crime de homofobia. Mesmo assim, o MPF resolveu arquivar a denúncia.