O União Brasil, legenda resultante das fusões do DEM e o PSL, pode não apoiar qualquer candidato à Presidência da República e liberar os diretórios estaduais para escolher seus palanques. Essa é uma possibilidade real do partido, segundo relatos de dirigentes nacionais da legenda que falaram, em reserva, ao Congresso em Foco. “A possibilidade de apoiarmos Dória, Lula ou Ciro é zero”, comentou um dos líderes, descartando também qualquer possibilidade da criação de uma federação junto ao PSDB.
“Não há qualquer possibilidade de apoiarmos a candidatura presidencial de João Dória. Ele renunciou a renúncia. Ameaçou sair e não saiu. Amanhã ele pode estar 1% no desempenho das pesquisas”, comentou um dos dirigentes. Outro quadro do União defendeu que o ex-ministro Sérgio Moro pode ser um nome indicado a vice caso o partido decida apoiar uma chapa presidencial.
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“Ele (Sérgio Moro) hoje tem o caminho do Senado ou da Câmara dos Deputados por São Paulo. Pode ser candidato a vice, mas para presidente a possibilidade também é zero”, avaliou. “Hoje não temos candidato presidencial, talvez a senadora Simone Tebet (MDB-MS), ou Eduardo Leite. João Dória falou grosso ontem, mas hoje a caneta dele já secou (sem o cargo de governador)”, completou a fonte.
O deputado federal Júnior Bozzella (União-SP) disse ao Congresso em Foco que há possibilidade do partido apoiar formalmente um candidato presidencial e liberar os estados para escolherem seus palanques. “É prematuro falar nisso agora, de repente, tudo muda. Mas é uma possibilidade termos um candidato formal a presidente e deixar os diretórios livres nos estados para apoiar quem quiser”, reforçou.
“Ontem mesmo recebemos Moro, hoje perdemos Datena, abriu nossa vaga ao Senado em São Paulo. Temos um rearranjo de forças a ser discutido e guiado pelo nosso presidente Luciano Bivar (deputado federal de Pernambuco)”, disse o parlamentar.
Força eleitoral e de estrutura
PublicidadeO União Brasil é um dos maiores partidos do país. Sua bancada é a terceira em tamanho na Câmara dos Deputados. A legenda de centro é uma das “noivas” dos pré-candidatos à Presidência da República seja pelo tempo de TV, seja pelo fundo partidário. Segundo informações da Associação Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), o partido deve abocanhar cerca de R$ 770 milhões do fundo eleitoral, representando 15,73% dos R$ 4,9 bilhões destinados a todos os partidos políticos. O PT está na segunda posição, perspectiva de receber R$ 484 milhões, ou seja, 9,89% do total.