A maior tragédia ambiental do Rio Grande do Sul provocou uma corrida das pessoas atingidas pelos seguros. Levantamento feito pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) com suas 140 associadas, entre 28 de abril e 22 de maio, aponta que a população afetada já fez 23.441 avisos de sinistros, somando R$ 1,673 bilhão em indenizações.
“Certamente será a maior indenização do setor segurador do Brasil decorrente de um único evento”, afirmou a jornalistas o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira. Na pandemia, o valor chegou a R$ 7,5 bilhões, considerando-se todos os anos.
Segundo ele, os números relativos ao Rio Grande do Sul são preliminares e devem aumentar consideravelmente quando a água baixar. Na avaliação da CNseg, poucas pessoas conseguiram acionar as seguradoras devido às dificuldades de toda natureza enfrentadas com as inundações e desalojamentos.
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“A maioria das solicitações de indenizações ainda não foi feita pelos clientes às seguradoras. Os clientes residenciais, de automóveis, de propriedades agrícolas ou corporativas ainda estão contabilizando suas perdas e ainda não acionaram suas seguradoras. Por isso, qualquer estimativa neste momento sobre o impacto nos danos patrimoniais é precipitada”, explicou Dyogo, que foi ministro do Planejamento e presidente do BNDES no governo Michel Temer.
De acordo com o presidente da CNseg, as seguradoras têm recursos suficientes para bancar as indenizações. “O sistema brasileiro está plenamente preparado para enfrentar este evento. Não haverá nenhum problema de liquidez dentro do sistema de seguros brasileiro”, declarou.
Os produtos que registraram as maiores procuras por indenização nas seguradoras foram o residencial e habitacional, que juntos somaram, 11.396 sinistros, com indenizações de cerca de R$ 240 milhões. Em segundo lugar aparece o seguro automóvel com 8.216 registros, com indenizações que superaram os R$ 557 milhões. Depois está o seguro agrícola, que trata apenas da produção agrícola propriamente dita, com 993 registros, com R$ 47 milhões em indenizações.
PublicidadeEm terceiro lugar em número de sinistros, mas na vice-liderança entre os valores solicitados, figura o seguro contra grandes riscos (386 sinistros), com pouco menos de R$ 510 milhões em indenizações. Os grandes riscos são seguros corporativos e de infraestrutura. Uma estrada concedida à iniciativa privada, um complexo industrial ou uma grande unidade fabril se enquadram nessa categoria, pois o valor do seguro supera os R$ 15 milhões. Os valores abaixo desse patamar se enquadram como empresariais.
Os demais seguros – empresarial, transporte, riscos de engenharia e patrimonial, por exemplo – que juntos registraram 2450 avisos de sinistros, e totalizaram pouco mais de R$ 322 milhões. Os dados referentes às indenizações no Rio Grande do Sul serão atualizados mensalmente pela CNseg.
Veja a coletiva dada por Dyogo Oliveira sobre a atuação dos seguros no RS: