Os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo estão sofrendo com fortes chuvas que caem desse sexta-feira (22). O cenário é de cidades submersas, com água sobre carros e casas. Milhares de pessoas deixaram suas residências em busca de abrigo mais seguro. Ao menos 11 pessoas morreram até o momento em decorrência dos temporais – sete no Rio de Janeiro e quatro no Espírito.
O município capixaba de Mimoso do Sul, localizado na região sul do estado, enfrenta uma das situações mais caóticas. O prefeito da cidade, Peter Costa, gravou um vídeo em que chora ao relatar o estado de destruição. “Mimoso todo está me ligando. Meu pai está com o barco dele salvando algumas pessoas. As pessoas dizendo que estão morrendo em um lugar, morrendo em outro lugar. Eu não sei mais o que fazer. Os bombeiros estão nas ruas. Eu tenho que colocar o barco na rua e ajudar as pessoas porque eu não dou conta. Tem mais de 100 ligações no meu telefone que eu não consigo atender”, declarou o prefeito.
Leia também
O governador Renato Casagrande visitou o município neste sábado. “Nós temos, infelizmente, pessoas que perderam a vida, que já foram encontradas sem vida. Temos uma situação aqui que é caótica. Nunca Mimoso viveu uma situação como está vivendo neste momento”, afirmou o governador em vídeo gravado na cidade. Mimoso do Sul está sem energia elétrica e rede telefônica. As estradas estão bloqueadas e um helicóptero do estado fez o resgate de famílias.
Defesa Civil Nacional
Integrantes do Grupo de Apoio a Desastres (Gade) da Defesa Civil Nacional seguiram para o Rio de Janeiro para ajudar nos trabalhos de resgate e assistência das vítimas dos temporais, que podem se repetir ao longo deste fim de semana. O efetivo foi enviado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por orientação do presidente Lula. Um dos principais pontos de atuação das equipes é na região serrana do estado do Rio.
Ainda na noite de sexta-feira, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, publicou na rede social X (antigo Twitter), que havia conversado com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e com o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, para “somar esforços no socorro ao povo petropolitano, que sente os impactos das chuvas no estado”.
Petrópolis fica na região serrana, a cerca de 1h40 de carro do Rio. Quatro mortes foram confirmadas no município entre sexta-feira e sábado, por causa de um desmoronamento. Cinco pessoas foram resgatadas com vida. A cidade que abrigou uma das residências da Família Real tem histórico de desastres causados pelas chuvas. Há cerca de dois anos, temporais deixaram mais de 230 mortos.
Os técnicos da Defesa Civil Nacional auxiliarão autoridades das cidades afetadas a fazer os planos de trabalhos necessários para obter recursos do governo federal, seja para assistência humanitária, restabelecimento ou reconstrução.
“Além disso, nós já estamos em contato com representantes dos Ministérios da Saúde, da Defesa, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, dentre outros, para nos unirmos e atender o mais rápido possível a população atingida”, declarou o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Braun.
O ministro Waldez Góes também entrou em contato com o governador do Espírito Santo para oferecer a ajuda da Defesa Civil Nacional. O sul do estado foi fortemente atingido pelo mau tempo. Até as 11h deste sábado, mais de 1,2 mil pessoas estavam desalojadas.
“A @defesacivilbr está pronta para apoiar o estado, atingido por chuvas intensas na madrugada. Da mesma forma, estamos de prontidão em relação aos demais estados e municípios do Sudeste, que se encontram em estado de alerta desde quinta-feira, e em qualquer região do país atingida por desastres naturais”, publicou no X (antigo twitter).
Orientações
A Defesa Civil Nacional sugere que a população cadastre os telefones celulares, enviando mensagens de texto para o número 40199 com o Código de Endereçamento Postal (CEP) da região onde mora, para passar a receber alertas por SMS.
Além disso, orienta que, “em áreas de risco, como encostas, por exemplo, é preciso ficar muito atento a qualquer sinal de movimentação do terreno, como trincas e rachaduras em postes e paredes. Se constatado qualquer um desses sinais em áreas de risco de deslizamento ou inundação, é importante contactar a Defesa Civil pelo telefone 199 ou o Corpo de Bombeiros no 193”. (Com informações da Agência Brasil)