A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), concedeu entrevista coletiva na noite desta quarta-feira (13) para comentar as explosões na Praça dos Três Poderes, na Câmara dos Deputados e no Supremo Tribunal Federal (STF). O governador Ibaneis Rocha (MDB) está em viagem oficial em Roma, Itália. Ela afirmou que uma das missões da força de segurança do DF é de proteger os poderes.
Assista à coletiva:
A vice-governadora confirmou que o primeiro ato aconteceu às 19h30, uma explosão em um carro localizado no estacionamento da Câmara dos Deputados. Após a explosão, ele tentou adentrar o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). Outras duas explosões aconteceram do lado de fora da Corte, onde o homem morreu.
“O governo do Distrito Federal tem comando e nós estamos cuidando da situação com toda força da nossa segurança pública. E dando condição para que as pessoas tenham informações atualizadas e verídicas, de fontes seguras”, disse Celina Leão. A governadora em exercício também confirmou que a Polícia Federal (PF) está envolvida na investigação por se tratar de ministros da Corte.
Em nota, a corporação disse: “A Polícia Federal investiga as explosões ocorridas na noite desta quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). Um inquérito policial será instaurado para apurar os ataques. Foram acionados policiais do Comando de Operações Táticas (COT), do Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional da PF no Distrito Federal, peritos e o Grupo Antibombas da instituição, que estão conduzindo as ações iniciais de segurança e análise do local”.
PublicidadeEla também expôs que apelou ao presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) que fosse decretado ponto facultativo no Legislativo amanhã. A recomendação da vice-governadora leva em consideração a varredura pela polícia, que ainda não foi concluída no local e deve se estender na quinta-feira (14).
“Lobo solitário”
Celina relembrou que no último ano, outro homem também cometeu o mesmo ato na Esplanada dos Ministérios. Em relação à identidade do autor das explosões, a governadora em exercício afirmou que espera ser um “lobo solitário”. “A gente espera mesmo que seja um lobo solitário, como também já aconteceu algumas vezes aqui na Esplanada dos Ministérios”, disse.
Ela também afirmou que o caso está sendo tratado pelas autoridades como suicídio, uma vez que não houve feridos, além do próprio autor das explosões. “[Não é tratado como atentado] porque não tem nenhuma outra pessoa relacionada. Para você ter uma tentativa, tem que ter duas pessoas: a que recebeu o ato e a que cometeu”.
Apesar de ter sido divulgada a identidade do dono do carro com explosivos, o secretário executivo de Segurança Pública do DF, Alexandre Patury, disse que não se pode fazer “nenhuma ilação” neste momento, uma vez que o corpo não foi periciado. Ele também ressaltou que ainda não pode ser tratado como “caso isolado”.
O que aconteceu
As áreas do Supremo e o Anexo IV da Câmara dos Deputados, onde aconteceram as explosões, foram isolados pela polícia. Uma pessoa morreu. Apesar disso, ainda não foi confirmado pelas autoridades que se trata de ataques à democracia, como argumentou o advogado-geral da União.
O barulho de duas explosões foi ouvido próximo ao STF. Segundo testemunhas no local, o homem que arremessou explosivos em direção à estátua da Justiça morreu após ser atingido pelas explosões que provocou. Conforme nota emitida pela Corte, “os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela”.
Na Câmara dos Deputados, um carro elétrico explodiu no estacionamento do Anexo IV. A Polícia Militar apagou o incêndio. Os policiais usaram extintores pedidos à Polícia Legislativa na Câmara. Não há confirmação de vítimas fatais na explosão.