Conforme antecipou ao Congresso em Foco o presidente do PDT, Carlos Lupi, a estratégia de promoção da campanha eleitoral de Ciro Gomes ao Planalto será voltada para a sua divulgação no meio televisivo. O partido busca ao mesmo tempo alcançar visibilidade ao candidato e tentar fazer com que o eleitorado de cada região se identifique com suas propostas.
O plano do partido é destinar um terço do tempo de televisão do PDT de cada estado seja destinado à campanha de Ciro Gomes. Além disso, serão feitos estudos qualitativos nos estados para identificar as demandas locais, de modo com que sejam apresentadas separadamente as propostas de interesse de cada região e o discurso seja ajustado conforme cada realidade.
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O senador Cid Gomes (PDT-CE) explica que essa estratégia terá que ser negociada com cautela com os diretórios estaduais. Nos estados onde o PDT possui candidaturas para cargos proporcionais (deputados federais e estaduais), a promoção de Ciro acaba por beneficiar os candidatos locais, não havendo dificuldade para negociar o tempo de televisão. “O Ciro tem um potencial maior do que a média do PDT. (…) Então se o Ciro tem 10%, 12% de votos, isso se reflete nos assentos”, apontou.
A dificuldade será negociar nos estados onde o PDT irá concorrer em eleições majoritárias (senadores e governadores), tendo em vista a necessidade de dedicar a promoção destes candidatos. “Compatibilizar essas candidaturas com a campanha presidencial às vezes gera cuidados entre cristais”, ressaltou o senador.
Disputa pela “série B”
Cid Gomes explica que o primeiro momento da campanha não será voltado para a competição com Lula e Bolsonaro, (apelidados pelo senador de candidatos da “série A”, em metáfora com o futebol) mas sim em garantir o topo nas intenções de voto da “série B”, conjunto dos demais candidatos à presidência. “Isso acontecendo, facilitará alianças. Os outros, que estão na série A, torcemos para a oportunidade de acesso e decesso: um cair da A para a B. Torço para que seja o Bolsonaro, para que tenhamos um segundo turno progressista no Brasil”, compara o senador.
Alianças serão um assunto para ser tratado no último momento da campanha, em um momento em que se torne possível realizar pesquisas eleitorais com maior precisão. Carlos Lupi descarta a possibilidade de o PDT procurar formar ou integrar alguma federação partidária, mecanismo que considera necessário apenas para que partidos menores consigam sobreviver diante da cláusula de barreira.
A escolha de um vice-presidente também é um assunto ainda não tratado no PDT. O nome mais apontado até o momento é o de Marina Silva, da Rede. Apesar de Carlos Lupi não descartar uma possibilidade de aliança entre Ciro e Marina, o candidato à presidência não se posicionou favoravelmente à escolha.
“Ela tem todos os dotes para ser uma presidente do Brasil. Portanto, não é justo que eu mencione a Marina Silva como vice”, declarou em coletiva de imprensa em sua candidatura.
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