O vereador de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT), interrompeu o evento de lançamento do plano de governo da pré-candidatura de Lula à Presidência para dizer que não foi convidado e que teve sua proposta de renda básica de cidadania ignorada pelo partido. O evento ocorreu nesta terça-feira (21) em São Paulo.
Em mãos, o petista entregou sua proposta ao coordenador da campanha de Lula, o ex-ministro Aloízio Mercadante.
“Quero entregar ao Aloizio Mercadante a proposta que não foi considerada ainda, entre os itens principais, a instituição da renda básica de cidadania, aprovada por todos os partidos, sancionada pelo presidente Lula e está no programa do PT há muito anos, todo ano. Ele tem alguma coisa comigo, não me convidou para esta reunião. Você sabe com quem que eu soube da reunião? Ontem à noite; ‘Você não vai na reunião do partido?’. Não fui convidado”, disparou.
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Ele afirma que continuará trabalhando para que a proposta seja incluída no plano de governo da chapa Lula-Alckmin.
PublicidadeApós a fala de Suplicy, o Aloízio, que liderou a criação do esboço do plano de governo, agradeceu a proposta e afirmou que ainda não teve tempo de debater a medida.
“Agradeço muito a sua apresentação. Eu, de fato, não tive como acompanhar o convite de todas as pessoas, só olhar o tamanho do plenário, não era a minha função. Em relação às propostas, hoje é o início de um processo, você vai ter chance de discutir. Mas, para entrar no plano de governo, nós vamos ter que ter um debate aprofundado. Como nós recebemos 51 propostas, que eu mencionei e que não citei aqui, a sua é uma delas. E vai ser discutido junto com a coordenação no momento oportuno. As diretrizes estão definindo só as linhas gerais do programa”, disse.
A proposta de de renda básica citada por Eduardo Suplicy virou lei em 2004, após ser aprovada e sancionada por Lula, durante o seu primeiro mandato. Apesar de aprovado, contudo, o projeto “morreu” ao não ser implementado.
Diretrizes do programa de governo de Lula
O documento, intitulado de “Diretrizes para o Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil 2023-2026”, foi lançado nesta terça, em São Paulo.
No total, o documento reúne 121 propostas divididas entre os grupos: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e defesa da democracia. Marcam o documento a revisão da reforma trabalhista, revogação do teto de gastos, a proposta de uma reforma tributária e posicionamentos contra a privatizações.
Assinado por PT, PSB, PCdoB, PV, Psol, Rede e Solidariedade, o texto assume compromisso contra as privatizações da Petrobras, da Eletrobras e dos Correios e a aprovação de uma nova legislação trabalhista, com a revogação de alguns pontos da reforma implantada no governo Michel Temer.
A partir de agora os partidos começarão a etapa de construir o programa de governo da chapa Lula e Alckmin. Por meio de uma plataforma digital, será possível a participação social na elaboração das propostas.