Na noite de segunda-feira (11), o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, jantou com um grupo de senadores na casa do ex-senador cearense Eunício Oliveira. A maioria dos presentes pertence à bancada do MDB, partido que tem uma pré-candidata à Presidência, a também senadora Simone Tebet (MS).
Segundo o líder da Minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), o jantar teve o propósito de produzir uma “união de forças democráticas” e não necessariamente significava um alinhamento desses senadores desde já com o apoio a Lula.
“Esse jantar já estava sendo combinado desde a última vinda do presidente Lula a Brasília e apenas foi retomado o projeto de criar uma oportunidade para que senadores e senadoras retomassem contato ou, em alguns casos, viessem a conhecer Lula pessoalmente. O objetivo foi o de aproximar o candidato que é líder das pesquisas dos senadores que têm interesse em ouvi-lo, independentemente de já estarem alinhados eleitoralmente com ele para este ano”, afirmou Jean Paul.
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Segundo o senador, Lula disse aos senadores a atual situação política do Brasil “requer uma união em torno dos princípios democráticos, do Estado de Direito e da retomada consistente das política sociais e ambientais”.
Lula também ouviu conselhos e ponderações dos senadores presentes. Especialmente a respeito de algumas declarações polêmicas que deu ultimamente a respeito da pauta de costumes. Uma fala de Lula em defesa do aborto tem sido explorada pelo presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, adversários de Lula na corrida eleitoral. Os senadores sugeriram a Lula cuidado com temas “sensíveis” que podem ser explorados na campanha, “para propositalmente gerar fake news, distorções, exageros ou desinformações”.
Segundo Jean Paul, “com muita tranquilidade, respondeu e debateu com todos por mais de duas horas após o jantar, e demonstrou muita segurança no que chamou de ‘enfrentamento necessário’ de algumas questões que fazem parte da pauta de costumes ou da pauta econômica”.
Publicidade“Segundo Lula, precisamos enfrentar todas as questões, porque é isso que se espera de um candidato com a experiência de já ter governado o país e que quer fazer a defesa intransigente da democracia, da soberania nacional e do Estado de bem estar no Brasil”, disse Jean Paul.
“Fui um dos organizadores do evento e responsável por convites aos senadores”, explicou o senador. “O jantar envolveu participantes de várias siglas. As circunstâncias eleitorais de alguns estados, especialmente no Nordeste, e o histórico de relacionamento entre os líderes locais com o PT fazem com que a participação do MDB tenha chamado maior atenção da imprensa”, continuou.
Segundo Jean Paul, nenhuma outra candidatura, que não a de Lula, foi mencionada durante o jantar, embora genericamente o presidente, sempre com respeito absoluto à candidatura da Senadora Simone Tebet, tenha se referido à importância de uma união das forças democráticas”.
“Lula disse: ‘Alckmin, Serra e FHC foram adversários mas nunca inimigos do PT. Eles disputavam eleições conosco em cima do tabuleiro democrático e participativo, nunca negando ou menosprezando as bases do Estado de Direito. Agora estamos diante de inimigos da democracia!”’.