O debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo realizado nesta quinta-feira (3) pela TV Globo foi o último antes do primeiro turno das eleições. Foi a chance final para que Guilherme Boulos (Psol), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB) se enfrentassem diretamente em busca do voto do eleitor paulistano.
O cenário de hoje, segundo pesquisa Datafolha divulgada antes no mesmo dia, é de um empate triplo, com diferenças dentro da margem de erro, entre Boulos, Nunes e Marçal. Veja quatro destaques do debate, acompanhado pelo Congresso em Foco:
Leia também
1. Boulos no ataque
O candidato do Psol adotou postura mais ofensiva do que nos outros encontros, centrando fogo em Marçal e Nunes. Boulos questionou o influenciador a respeito da presença de ex-integrantes da gestão de João Doria (2017-18) em sua equipe e, depois, perguntou por que o candidato “odeia” mulheres, fazendo menção a vídeos com declarações machistas. Na resposta, foi chamado de “esquerdopata” e “socialista de iPhone”.
O candidato ainda exibiu durante o debate um documento, em violação às regras. Segundo ele, é um exame toxicológico, realizado em resposta às acusações de Pablo Marçal sobre uso de drogas.
Boulos também questionou Ricardo Nunes sobre a informação publicada em matéria do portal Uol de que um ex-cunhado de Marcola, líder da facção criminosa PCC, está trabalhando como chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras na gestão do atual prefeito.
Nas considerações finais, Boulos associou Nunes e Marçal ao risco de o crime organizado passar a controlar a cidade. “Você imagina as milícias tomando conta de São Paulo?”, perguntou.
2. Regras funcionaram
Os debates na campanha para a Prefeitura de São Paulo vinham sendo marcados por episódios de desrespeito às regras ou mesmo de violência, como no caso da cadeirada dada por Datena em Marçal ou do soco desferido em um marqueteiro de Ricardo Nunes. Não foi o caso deste debate – seja por estratégia dos candidatos ou pela organização da TV Globo, os confrontos não escalaram para além das trocas no debate.
Vale destacar a atitude rigorosa da organização do debate com relação aos pedidos de direito de resposta, evitando que o debate se desviasse do roteiro.
3. Marçal busca o voto bolsonarista
A pesquisa Datafolha divulgada mais cedo indicou uma oscilação positiva da intenção de votos de Marçal dentro do público que votou em Bolsonaro em 2022. O candidato parece ter entendido o recado e fez acenos a esse grupo que pode levá-lo ao segundo turno: se disse cristão e conservador, chamou adversários de “esquerdopatas” e apresentou-se como vítima de ataques de todos os outros candidatos.
4. Tabata como fiel da balança
O cenário de empate triplo que se desenha agora indica que a candidata do PSB deve ter importância no segundo turno. Tabata, hoje, tem intenção de voto próxima dos 10%, segundo o Datafolha. Seu apoio pode ser o fiel da balança em um segundo turno.
Com isso, Tabata foi assertiva e falou contra os oponentes sem que eles reagissem de forma semelhante. A candidata deu uma estocada em Boulos, cobrando coerência em seus posicionamentos. Depois, Pablo Marçal e Ricardo Nunes chegaram a citar o assunto, mencionando que ele foi trazido à tona por Tabata.
Deixe um comentário