Preso desde junho de 2019, o ex-segundo-sargento Manoel Silva Rodrigues recebeu R$ 290,7 mil da Força Aérea Brasileira (FAB) até ser expulso da força, na última quinta-feira (12). O militar fazia parte da comitiva de 21 militares que acompanhava a viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Tóquio, no Japão, e foi detido no aeroporto de Sevilha, na Espanha, com 37 kg de cocaína.
Segundo o portal Metrópoles, o segundo-sargento recebeu o salário normalmente, mesmo após ser preso. A remuneração variou de e R$ 7.298 a R$ 8.109 no período, além de gratificações natalinas – que dobraram a remuneração mensal uma vez ao ano.
Preso em flagrante, o processo de expulsão do militar durou quase três anos. Em nota, a FAB afirmou que começou o processo administrativo “tão logo houve a ciência do fato pelo Comando da Aeronáutica”. “O ato desta quinta-feira é resultado desse processo, cuja decisão foi proferida após cumprido o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa”, afirmou a força.
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Segundo a força, o longo tempo para tomar a decisão de expulsar Manoel foi devido ao “cumprimento dos devidos trâmites administrativos de intimação do militar, que se encontra detido em outro país”.
“A Força Aérea Brasileira reitera que atua para coibir irregularidades e que repudia condutas que não representam os valores, a dedicação e o trabalho do efetivo em prol do cumprimento de sua missão Institucional”, conclui a nota.
Em fevereiro, a Justiça Militar da União condenou o ex-militar a 14 anos e seis meses de prisão e 1,4 mil dias-multa, fixados em 1/3 do salário-mínimo por dia. Em fevereiro de 2020, a justiça espanhola condenou Manoel a seis anos e um dia de prisão e pagamento de multa de dois milhões de euros.