No programa de hoje, mergulharemos na recente expansão da Rede Nacional de Comunicação Pública, em parceria com as universidades federais, e no fortalecimento da comunicação universitária em nosso país. Vamos explorar como essas mudanças afetarão a sociedade brasileira e o cenário da comunicação.
Essa expansão é coordenada pela Empresa Brasil de Comunicação, em parceria com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Ministério da Educação e a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior. Isso fortalece a comunicação pública, que não está regulamentada na Constituição.
As universidades federais operam, atualmente, cerca de 50 estações. A maior parte delas integra a Rede Nacional de Comunicação Pública, que conta hoje com 111 emissoras de rádio e TV no país. Com a entrada em operação das novas estações, será possível quase triplicar o número de emissoras operadas por universidades federais — bem como mais que dobrar a rede pública de rádio e, ainda, aumentar significativamente a de televisão.
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Atualmente, integram a Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), coordenada pela EBC, 41 emissoras de rádio e 70 de TV. Com os acordos, a RNCP ganhará 51 novas emissoras de rádio e outros 49 canais de TV, totalizando 91 emissoras e 118 canais.
Eu conversei com Octavio Pieranti, assessor da Secretaria de Política Digitais da Secom, que me explicou o significado político dessa expansão:
Publicidade“A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, coordena a Rede Nacional de Comunicação Pública. Essa rede é composta por rádios e as próprias emissoras da EBC, como TV Brasil, Rádio Nacional e Rádio MEC. A rede também inclui uma série de parceiros, e já estavam as universidades. A diferença é o tamanho deste momento, a maior expansão da comunicação universitária e pública da sua história, focando especificamente nessa comunicação especificamente.”
Agora, vamos explorar uma dimensão crucial dessa expansão: as sinergias entre o campo público, as universidades, o Ministério da Educação, e a sociedade civil. Essa interação promete ser impactante, especialmente porque trará para o cenário midiático temas frequentemente negligenciados pelas emissoras comerciais.
As emissoras universitárias ainda não alcançaram sua plena capacidade no Brasil. Com essa expansão, há uma oportunidade única para fortalecer essas emissoras e ampliar seu alcance e influência. Isso poderá oferecer uma nova voz para as comunidades e promover uma maior diversidade de conteúdos na mídia brasileira. Sem falar que o rádio e televisão ainda são os veículos mais preponderante do conjunto da sociedade brasileira.
Vamos ouvir o Octavio Pieranti.
“Os meios de comunicação tradicionais são presentes. Falando de uma capital, a gente acha que a internet se sobrepõe a esses canais. Isso não é verdade, as pesquisas recentes mencionam que o brasileiro costuma se dedicar mais de 5 horas à televisão e mais de 4 horas diárias ao rádio, e 80% desse tempo é dedicado aos canais tradicionais. O que não acontece é a sociedade poder participar desses canais e o diferencial da comunicação pública é justamente este. As rádios comunitárias, educativas, abrem espaço para que a sociedade participe da gestão desse canal, abrindo as janelas e permitindo que a população participe do dia a dia dessas emissoras, não só da gestão, mas também da programação, para que ela seja cada vez melhor.”
A gente acredita que, além de serem instituições de ensino e pesquisa, as universidades são reconhecidas como centros vitais de contestação e luta por valores democráticos. Hoje, vamos aprofundar nosso entendimento sobre como as universidades contribuem para a promoção da democracia, igualdade, justiça, conhecimento e direitos sociais.”
Elas atuam como plataformas para o debate crítico e a expressão de ideias progressistas. Elas desempenham um papel crucial na formação de cidadãos conscientes e engajados na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.”
É importante destacar que não é um espaço de comunicação de governo, e o Octavio Pieranti explicou qual é a diferença.
Vamos ouvi-lo.
“A questão da comunicação pública versus comunicação estatal é um ponto crucial neste debate. A gente fala como emissoras do campo aberto. Hoje a gente fala em comunicação pública com emissoras mais abertas à sociedade. A sociedade tem que entender que eles continuam abertos à participação de todos. Não são para levar mensagens institucionais na ponta. É necessário que a sociedade entenda isso. Quando a gente fala em parceria com a EBC e institutos federais, isso é mais fácil de entender, pois as universidades naturalmente são espaços mais abertos. ”
Com a expansão da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), espera-se que as emissoras universitárias desempenhem um papel ainda mais relevante na disseminação de ideias que desafiam o status quo e promovem o debate público sobre temas cruciais.
Porém investimentos precisam ser feitos, isso não é um passe de mágica. A infraestrutura de televisão é onerosa! A gente lembra que as universidades públicas mal têm recursos para o ensino.
Essa expansão é um primeiro passo. A Secom e a EBC estão dialogando com institutos federais e universidades públicas estaduais e municipais que também se integrarão à RNCP em breve.
Montar uma emissora de televisão não é barato. Mas o investimento em uma emissora universitária é um investimento em boa informação, garantindo a diversidade e a pluralidade.
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