Em vez de greve, os policiais federais resolveram incomodar trabalhando mais. Mas em áreas que podem provocar incômodos para as bases do presidente Jair Bolsonaro (PL). Uma espécie de operação padrão localizada.
Em assembleia realizada na quinta-feira (19), a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) resolveu que os policiais federais intensificarão as suas ações em portos, aeroportos, empresas de segurança privada, clubes de tiro e na concessão de registros para caçadores, atiradores e colecionadores (CAC). As inspeções mais apuradas devem começar nos aeroportos na próxima semana e visam demonstrar para a sociedade a importância da categoria.
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“Os policiais federais cansaram de avanços e recuos sobre a reestruturação da carreira”, disse o presidente da Fenapef, Marcus Firme. Ele disse que as promessas não cumpridas, conflitos de informações e declarações desencontradas atropelaram o apelo do Executivo por uma trégua, pelo menos até o dia 22.
Uma série de reuniões desde o início da semana e declarações do presidente foram o sinal mais evidente para a categoria de que a prioridade prometida para os profissionais das forças de segurança da União não incluiria os policiais federais. De acordo com as últimas informações, a reestruturação dos salários será concedida apenas para os policiais rodoviários federais, cujos salários devem ser equiparados aos dos agentes da Polícia Federal. Para os demais, restariam os 5% de reajuste, prometidos para todos os servidores públicos.
Firme acrescentou que o sentimento entre os policiais federais é de insegurança e muita revolta. “Tudo o que temos são palavras soltas. Nunca houve uma mesa de negociações com representantes das categorias”, disse. Com o prazo para definição se esgotando, os policiais federais decidiram reforçar os movimentos pela valorização da categoria, “mas sem prejudicar a sociedade”, disse.
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