Fomentadora dos atos golpistas de invasão às sedes dos três poderes, a militante bolsonarista Ana Priscila Azevedo revelou em seu depoimento à Polícia Federal (PF) que o plano do movimento acampado no quartel-general do Exército era montar um novo acampamento na Esplanada dos Ministérios. Ela ainda revelou que os manifestantes recebiam apoio financeiro de empresários locais. As informações de seu depoimento foram reveladas pelo jornal O Globo.
Seu plano era montar um segundo acampamento em um estacionamento próximo ao Ministério da Saúde, e transferir os manifestantes aos poucos até o novo local. Ela chegou a alugar um carro por conta própria para ajudar na tarefa, utilizando recursos financeiros que ela recebe de apoiadores desde 2013, quando largou o emprego de bancária para se tornar militante pelo golpe militar e passou a receber um valor próximo de R$ 5 mil ao mês.
Até o dia do ato, Ana Priscila Azevedo mantinha um canal no Telegram com mais de 30 mil seguidores chamado “A queda da Babilônia”, onde divulgava tanto notícias falsas sobre a política nacional quanto vídeos de fomento aos acampamentos montados nos quartéis, exigindo um golpe de Estado. Desde o dia 5, três dias antes do ataque à Praça dos Três Poderes, ela sugeriu “sitiar Brasília”, e avisou aos manifestantes que a Polícia Militar estaria ao lado deles
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Monitorada no dia pelo Congresso em Foco, Ana Priscila gravou sua participação tanto na invasão ao Congresso Nacional quanto ao Palácio do Planalto. Seu canal permaneceu abastecido com mensagens cada vez mais agressivas de estímulo ao vandalismo. No Salão Negro, utilizado para receber autoridades no Congresso Nacional, publicou aos seguidores que “os patriotas estão em Brasília”, e ordenou que não fossem embora.
No Palácio do Planalto, disse que os golpistas estariam “tomando o poder”, e se referiu ao ataque como “revolução verde e amarela”. No interior do prédio, viralizou o vídeo em que está deitada, junto a outros manifestantes, prestando continência ao lado dos soldados da tropa de choque do Batalhão da Guarda Presidencial.
Em seu depoimento à PF, Ana Priscila contou que em seguida fugiu para a casa de outro manifestante em Luziânia, município goiano próximo ao DF. Com isso, escapou da ação policial do dia seguinte, que resultou na desativação do acampamento bolsonarista no QG e na transferência dos manifestantes para o ginásio da Academia Nacional de Polícia, onde passaram por triagem.
PublicidadeAfastada dos demais golpistas, permaneceu abastecendo o canal com vídeos do ginásio onde estavam mantidos, distribuindo fake news sobre as condições dos detentos. No dia 10, foi encontrada pela Polícia Federal, e está presa desde então. Seu canal está entre os que foram bloqueados por determinação judicial desde o dia 11.