A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Bolsonaro, nesta quinta-feira (4), no caso das joias dadas de presente ao país pela Arábia Saudita. A informação é do portal G1. Além do ex-chefe do Executivo, outros 11 também foram indiciados por associação criminosa, entre eles o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o ex-secretário de comunicação Fábio Wajngarten e o advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef.
O relatório parcial da PF aponta que, após a investigação, foi identificado o funcionamento de uma organização criminosa para desviar e vender presentes recebidos pelo Brasil durante o governo Bolsonaro. Todos os indiciados são acusados de associação criminosa.
Conforme a reportagem do G1, foram indiciados os seguintes aliados do ex-presidente:
- Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, ex-ministro de Minas e Energia de Bolsonaro, pelos crimes de apropriação de bens públicos e associação criminosa
- José Roberto Bueno Júnior, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia, por apropriação de bens públicos, associação criminosa e lavagem de dinheiro
- Julio César Vieira Gomes, auditor-fiscal e ex-secretário da Receita, pelos crimes de apropriação de bens públicos, associação criminosa, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa
- Marcelo da Silva Vieira, chefe do gabinete de Documentação Histórica da Presidência da República no mandato de Bolsonaro, por apropriação de bens públicos e associação criminosa
- Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, pelo crime de lavagem de dinheiro
- Marcos André dos Santos Soeiro, ex-assessor de Bento Albuquerque, por apropriação de bens públicos e associação criminosa
- Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, pelos crimes de apropriação de bens públicos, associação criminosa e lavagem de dinheiro
- Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-secretário de Comunicação, por lavagem de dinheiro e associação criminosa
- Frederick Wassef, advogado do ex-presidente, por lavagem de dinheiro e associação criminosa
- Mauro Cesar Lourena Cid, general da Reserva do Exército, por lavagem de dinheiro e associação criminosa
- Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro, pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa
Já Bolsonaro foi indiciado pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. De acordo com as regras do Tribunal de Contas da União (TCU), os presentes de governos estrangeiros devem ser incorporados ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), uma vez que pertencem à Presidência e não àquele no cargo de presidente.
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Os presentes negociados foram recebidos durante o mandato de Bolsonaro. Segundo a investigação da PF, as vendas começaram em 2022. Entre os itens estão um kit de joias da grife Chopard e um relógio Rolex, recebidos em viagem oficial à Arábia Saudita. Em março do ano passado, as joias foram recuperadas após decisão do TCU.
O próximo passo das investigações é enviar o relatório final ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, afirmou que até o momento da publicação das primeiras matérias sobre o indiciamento, os autos sigilosos ainda não haviam sido enviados para a Corte.