As eleições realizadas nesse domingo (2) trouxeram surpresas para aqueles que estavam confiantes nos resultados das pesquisas dos principais institutos. A maioria dos candidatos bolsonaristas, incluindo o próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), teve um desempenho melhor do que as estimativas indicavam.
Pesquisa do Datafolha, divulgada na véspera da eleição, apontava que o ex-presidente Lula (PT) teria 48% dos votos. Com a margem de erro, de dois pontos percentuais, estaria entre 46% e 50%. Teve 48,43%, indo para o segundo turno em primeiro lugar. As estimativas indicavam entre 32% e 36% para Bolsonaro. No entanto, o presidente foi para o segundo turno com 43,20% dos votos, uma diferença em torno de 10 pontos percentuais.
Pelo levantamento do instituto, a diferença entre Lula e Bolsonaro deveria ser de 14 pontos, valor quase três vezes maior do que o registrado nas urnas (5,23%).
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O Ipec também divulgou pesquisa no sábado (1º), com números similares ao do Datafolha. Pela pesquisa, Lula teria 47% dos votos; Bolsonaro, 34%. O levantamento apontava uma redução de um ponto para o petista e um crescimento de três pontos para o presidente em uma semana. Com a margem de erro de dois pontos, Lula ficou dentro do esperado, enquanto Bolsonaro pontuou mais de sete pontos além do esperado.
O instituto apontou que votos brancos e nulos seriam em torno de 4%, valor próximo ao registrado nas urnas (4,41%).
Parte do crescimento de Jair Bolsonaro pode ter vindo de eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). Enquanto as pesquisas estimavam 5% para Ciro, o pedetista obteve 3,04% dos votos nas urnas. Tebet, que estava empatada com Ciro, perdeu menos e ficou em 4,16%.
Virada em São Paulo
As disputas para os governos estaduais também divergiram das pesquisas. Em São Paulo, o Ipec apontava que Fernando Haddad (PT) iria em primeiro lugar para o primeiro turno, com 34%. Candidato de Bolsonaro, o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tinha 26%.
Nas urnas, Tarcísio obteve mais sucesso: 42,32%; contra 35,70% de Haddad.
Assim como Haddad, o terceiro colocado, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), ficou dentro do esperado: teve 18,40% dos votos, quando as estimativas apontavam 18%.
No Senado, uma inversão similar, mas com diferenças ainda maiores. As pesquisas estimavam que Márcio França (PSB) teria 43% dos votos; teve 36,27%. Já o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes (PL), estava estimado em 31% e obteve 49,68% dos votos.