O Partido Democrático Trabalhista (PDT), que tem como candidato à Presidência nesta eleição o ex-ministro Ciro Gomes, não deve punir os filiados que declararem voto no primeiro turno ao ex-presidente Lula (PT). Com Ciro patinando nas pesquisas na casa dos 7%, lideranças do seu partido começam a defender o “voto útil” em Lula contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o jornal O Globo, embora tenha aprovado em convenção nacional, em julho deste ano, uma resolução que impedia seus candidatos a fazer campanha para postulantes de outras legendas, a direção do partido fará vista grossa para quem apoia o ex-presidente Lula (PT). Na época, a resolução ficou conhecida como “cláusula anti-Lula”.
“A resolução diz sobre o nosso candidato pedir voto para alguém de outro partido”, destacou o presidente do PDT, Carlos Lupi, ao jornal. “Me mostre uma foto, um vídeo de um pedetista pedindo voto para o Lula que eu levarei à comissão (de ética do partido). Nenhum candidato nosso foi à televisão pedir voto para outro partido”, completou.
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Carlos Lupi é o maior fiador da candidatura de Ciro no partido. Ele atribui a presença do ex-presidente Lula nos materiais de campanha de alguns candidatos do PDT às alianças regionais. Nos bastidores, segundo a reportagem de O Globo, aliados do dirigente afirmam que ele fará vista grossa para quem apoiar Lula.
A estratégia é priorizar as disputas estaduais e não o projeto presidencial, elegendo o maior número possível de parlamentares no Congresso. Na Câmara, a estratégia é eleger de 33 a 38 deputados. Atualmente, o PDT tem 19 deputados federais.
A tendência é que o movimento “vira voto”, em favor de Lula, ganhe força no partido nessa última semana da campanha do primeiro turno. Na semana passada, algumas lideranças do PDT já assinaram um manifesto em defesa da candidatura de Lula.