“Eu fui eleito nesse sistema durante seis eleições e não posso dizer que esse sistema não funciona. O sistema é confiável. Precisa de ajustes? Precisa. Mas é importante que nós tenhamos tranquilidade política no pleito, e nós haveremos de ter. Como eu disse no início da nossa fala, as instituições brasileiras são fortíssimas, elas funcionam plenamente”, disse o presidente da Câmara, Arthur Lira.
A declaração de Lira, vem seguida de uma série de declarações de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e após as respostas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os questionamentos das Forças Armadas em relação às eleições.
Pelo visto até o Lira e o centrão perceberam que seriam arrastados para um buraco sem saída nesse papo furado de contestação eleitoral.
Lira não dIz uma fala forte, mas fez uma fala necessária. Como líder do centrão e da Câmara, ele deixa claro que os baderneiros são unicamente os militares.
As manchetes dos últimos dias em veículos de comunicação de todo o país reafirmam a intromissão dos militares no processo eleitoral é indevida e não se pouparam em escancarar que o único objetivo dos fardados é tumultuar e criar confusão no país.
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Ou seja, além de nossos militares não desempenharem seus deveres e obrigações constitucionais, ainda buscam gerar instabilidade no Brasil.
PublicidadeNão há nenhuma outra instituição brasileira ou poder embarcando nisso, apenas o Poder Executivo e algumas camisas-de-força verde-oliva.
Nem mesmo os americanos, que atuaram ativamente no golpe militar de 1964, embarcariam em uma nova intentona.
O governo brasileiro já foi instado por Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, William Joseph Burns, diretor da CIA, o Governo Biden também distribuiu artigo que alerta para risco de golpe e sugeriu sanções ao país caso isso ocorresse.
Ou seja, não há ninguém endossando essa loucura dos militares! Talvez alguns poucos loucos no empresariado brasileiro, mas nada além disso.
E o que justifica essa sandice por parte dos militares? Os oficiais nunca foram tão humilhados quanto no governo Bolsonaro, foi nos governos Lula que os militares retomaram o protagonismo e receberam gordos investimentos.
Essa “paixão” talvez se justifique com coisas como a portaria de Bolsonaro que permitiu que generais ganhem R$ 350 mil a mais ao ano, além dos diversos fardados em cargos no governo. Indicando que há um apego ainda maior pelos próprios saldos bancários do que pela farda.
Algo que desmonta uma turma que desenha mil e uma conspirações mirabolantes sobre Jair e os militares.
Acredito que a coisa é bem mais simples. Nossos militares são como o centrão, sedentos por verbas, mamatas e mordomias, basta ver como morrem de medo de Lula acabar com a mamata.
Militares que deram um show de amadorismo e incompetência nos últimos dias. Ao questionarem o TSE sobre a segurança das eleições, foram respondidos de maneira didática pela instituição que apontou uma série de erros dos militares que vão desde inquirições baseadas em boatos, erros de cálculo e uma evidência estridente que os militares sequer conhecem aquilo que se propõem a questionar.
A intromissão indevida dos militares na vida civil, acabou por expor um fato, no mínimo melancólico:
Os milhões de reais gastos na formação de nossos militares são valores indo para o lixo. Possuem uma formação sofrível e não faltam exemplos (questionamentos ao TSE, conhecimento logístico do Pazuello, chefe da ABIN publicando dados pessoais nas redes e assim por diante…).
Estamos queimando dinheiro que poderia ser melhor investindo em outros setores da sociedade.
Ao longo de toda a nossa história, as principais turbulências políticas e agitações sociais são frutos da mais completa falta de disciplina e respeito à hierarquia.
Além disso, hoje nossos militares vivem um conto de Dom Quixote, buscando dragões onde na verdade existem apenas moinhos de vento. São alucinados.
Em tempo – para que não passe despercebido
A pesquisa Quaest dessa semana trouxe um ponto interessante:
Seja Lula, seja qualquer outro candidato, o caminho é abordar o descalabro econômico do governo Bolsonaro.
Não cair nas estultices sobre costumes e moralismos ou no mimimi do golpe.
Outra coisa interessante é a rejeição do público ao indulto dado para o deputado Daniel Silveira.
Mostrando que boa parte da população não embarca nessa “crise” institucional que Bolsonaro tenta criar ao lado dos militares e que parte considerável da população sequer estava sabendo disso.
Os militares e seus salários fura-teto, Viagras supostamente superfaturados e o presidente que nunca trabalha, mas gasta horrores no cartão corporativo, não querem que você discuta as principais questões do país.
Vocês já viram o quilo do patinho hoje?
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