Passados dois anos desde os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília, ao todo 371 participantes foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Outros 527 firmaram acordos de não persecução penal com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e ainda houve cinco absolvições, conforme dados da Corte. Apesar da expressividade do número de manifestantes, nem todos tiveram amplo reconhecimento midiático.
O compartilhamento de vídeos gravados pelos próprios manifestantes e imagens das câmeras de segurança durante a depredação das sedes dos Três Poderes fizeram com que alguns dos invasores se tornassem conhecidos. Uma dessas figuras é Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, mais conhecida como Fátima de Tubarão. O invasor que depredou o relógio histórico trazido por Dom João VI, em 1808, é outro participante do 8 de janeiro que ficou conhecido na mídia.
Veja o que aconteceu com os participantes mais conhecidos do 8 de janeiro:
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Fátima de Tubarão
Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, a “Fátima de Tubarão”, ficou conhecida por aparecer em um vídeo no qual afirmava que ia “pegar o Xandão”, em referência ao ministro Alexandre de Moraes. Na mesma gravação, ela afirma que “está quebrando tudo” e que usou o banheiro do STF.
Em agosto de 2024, foi condenada a 17 anos de prisão pelos seguintes crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Ela está presa desde janeiro de 2023, em Criciúma (SC). A pena de reclusão determinada começa em regime fechado. O processo foi transitado em julgado, isto é, não cabem recursos da defesa.
Antônio Cláudio Alves Ferreira
O mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira pode não ser reconhecido imediatamente pelo seu nome. As imagens em que ele aparece no Palácio do Planalto derrubando e depredando um relógio histórico, porém, tiveram ampla circulação na mídia. A prática também acarretou em condenação a 17 anos de reclusão, após decisão do STF em junho de 2024.
Antônio ainda confessou em interrogatório que depredou não só o relógio recebido por Dom João VI e trazido para o Brasil em 1808. Está detido no Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia (MG).
Léo Índio
Primo de Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro, Leonardo Rodrigues de Jesus, mais conhecido como Léo Índio, compartilhou à época uma foto junto aos golpistas de 8 de janeiro em cima do Congresso Nacional. Não há registros dele dentro da sede dos Três Poderes. Ele foi alvo da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, em 2023.
No Supremo, uma petição (PET 10858) instaurada a partir de notícia acusava Léo Índio das práticas de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A ação, entretanto, foi arquivada e remetida para outro processo, porque segundo a PGR os eventos “guardam identidade com a PET 10850”, que é sigiloso.
Débora Rodrigues
Mais conhecida pelo que fez do que por gravações, Débora Rodrigues dos Santos foi a responsável por pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal. Presa desde março de 2023. A ré foi denunciada por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima.
Segundo o gabinete de Alexandre de Moraes, relator das ações referentes aos atos antidemocráticos, a audiência de instrução foi realizada em novembro de 2024. Portanto, ainda não foi julgada.