Uma das perguntas que mais têm sido feitas na grande mídia esta semana foi a seguinte: o Brasil mudou ou não mudou depois das eleições?
A resposta mais fácil seria a de que não, pois a presidente Dilma conseguiu sua reeleição, dando continuidade a uma aliança de partidos políticos no poder há 12 anos. Mas arriscamos dizer que mudou, sim, pois já fazia tempo que não víamos discursos de candidatos tão convergentes quanto à necessidade de uma nova política. E a sociedade tão engajada nas discussões de políticas públicas como agora.
Se passamos a observar mais atentamente cada passo dos dois protagonistas do segundo turno, significa que finalmente estamos acordando para a nossa maior responsabilidade de cidadania política: a de fiscalizar e cobrar dos governantes a correta destinação dos recursos públicos obtidos pelos impostos que pagamos. A legalidade e a moralidade são princípios básicos da administração pública, e a sociedade parece começar a se dar conta disso e a se expressar.
Afinal, não pode um ministro de um país estrangeiro simplesmente entrar em solo brasileiro numa missão oficial sem comunicar ao nosso governo. E ainda por cima para definir acordos financeiros com um movimento que sabidamente ignora a lei e a propriedade privada. Não pode a maior empresa estatal ser usada para desvios de dinheiro público da ordem de mais de 10 bilhões de reais. Não pode nosso banco de desenvolvimento liberar verbas astronômicas para obras que beneficiam regimes ditatoriais estrangeiros, camuflados ou não de democracia. Não pode o crescimento absurdo de programas sociais sem qualquer tipo de contrapartida de quem recebe o dinheiro.
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Tudo isso simplesmente não pode em um estado democrático de direito e a conta deve ser cobrada pela sociedade.
Os resultados começam a ser percebidos. Acaba de ser divulgado nas redes sociais o Manifesto por um Brasil Livre, divulgado pelo Movimento Brasil Livre, através do qual a sociedade é conclamada para novas manifestações no próximo dia 15 de novembro, o dia da República. Dezenas de cidades confirmaram a realização de suas passeatas, bem aos moldes de outras que vinham ocorrendo desde 4 anos atrás, sempre nas datas cívicas. Na pauta, o repúdio generalizado a velhas e imorais práticas políticas.
Mas é fundamental observar que os organizadores desses eventos garantem que eles não possuem cunho partidário. Por isso, vamos manter a nossa posição consciente e atuante, mas com total respeito aos direitos de outros, à propriedade privada e à ordem pública.