Eduardo Bismarck *
Além da progressão profissional, um dos grandes pontos benéficos para quem opta por um curso superior é o ganho intelectual. A rotina no campo acadêmico, os estudos e a vivência que um curso superior proporciona resultam em cidadãos dotados de senso crítico e capazes de identificar a necessidade dos caminhos a serem trilhados.
No governo anterior, diversos foram os desafios e percalços para se ter uma educação de qualidade nas universidades – além de um mandato marcado por ataques envolvendo fake news e corrupção, houve uma série de cortes no orçamento das universidades. Logo, o atual ministro da Educação, Camilo Santana, chega com um enorme desafio pela frente: investir em estratégias capazes de mudar o cenário deixado pela gestão Bolsonaro, fomentando a ciência, a tecnologia e a autonomia das universidades.
Assim como acredito que o ensino médio integral é chave para superação de desigualdades, compreendo o positivo impacto decorrente do Ensino Superior Público – e também privado, a partir de políticas direcionadas aos programas sociais Programa Universidade para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES). As expectativas do novo Ministério trazem consigo o cenário inevitável de mudança.
Leia também
Mais do que captação de alunos, as universidades precisam conciliar o uso de ferramentas para atender as demandas por uma formação de nível superior de qualidade. Para além dos investimentos primordiais, há de se atentar a um ponto crucial: uma comunicação eficiente e democrática com a gestão pública e os estudantes, a fim de prosseguir com oportunidades ofertadas pelo Ministério da Educação (MEC).
Há ainda a necessidade de recuperar a deficiência de ensino enfrentada pelos alunos, durante o período de pandemia, em que universidades tiveram que se adaptar ao ensino remoto. Com as aulas virtuais, dificuldades como a carência de instrumentos, por parte de muitos estudantes, foram identificadas, resultando no abandono do curso. É preciso que haja, também, a desburocratização e eficiência na execução de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que, por sua vez, irá ajudar na retomada das obras de equipamentos do ensino público, bem como na manutenção e desenvolvimento da educação.
Para sanar esses desafios e outros, o investimento direto no ensino superior se consolida como uma notória solução, à medida que permite que os estudantes ampliem os horizontes para novas perspectivas em relação à vida.
*Eduardo Bismarck é deputado federal pelo PDT-CE e membro da Comissão de Ensino Superior da Frente Parlamentar Mista da Educação (FPME).
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para redacao@congressoemfoco.com.br.