Aos 84 anos, Luiz Orlando Carneiro ainda trabalhava e cobria as ações do Supremo Tribunal Federal (STF) e os julgamentos dos demais órgãos do Poder Judiciário em Brasília. Luiz Ó, como era chamado pelos amigos, era a principal referência do jornalismo jurídico do país. Seu conhecimento era tamanho que muitas vezes eram os ministros e juízes que o consultavam, não o contrário.
A paixão de Luiz Orlando Carneiro pelo jornalismo político só rivalizava com a paixão que tinha pelo jazz. Era um dos maiores conhecedores brasileiros do gênero musical que nasceu nos Estados Unidos. Ele participou em 1965 da fundação do Clube de Jazz e Bossa, no Rio de Janeiro, ao lado de nomes como Ricardo Cravo Albin. É autor de livros sobre o gênero musical, como Jazz, uma introdução (Artenova, 1982), Obras Primas do Jazz (Zahar, 1986), Elas também tocam jazz (Zahar, 1989) e Guia do Jazz em CD (Zahar, 2000).
Boa parte da carreira de Luiz Orlando Carneiro está diretamente vinculada à história do Jornal do Brasil, o diário carioca que foi um dos mais importantes jornais do país. Luiz Ó começou no jornal como estagiário e chegou a diretor da sucursal de Brasília e editorialista.
Leia também
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, divulgou uma nota de pesar. “Com tristeza, manifesto sinceros sentimentos pela perda do excepcional jornalista Luiz Orlando Carneiro. Retratou o Supremo Tribunal Federal diariamente por quase três décadas, sempre com respeito à Corte e seus integrantes, levando a informação correta aos brasileiros. Em nome da Suprema Corte, registro que o jornalismo perde uma grande referência e um profissional que sempre será exemplo para as próximas gerações.”
Também o ministro Luís Roberto Barroso manifestou os seus sentimentos. “Conheci Luiz Orlando Carneiro quando ele estava na direção do Jornal do Brasil e o encontrei algumas vezes na cobertura jornalística diária do Supremo Tribunal Federal. Luiz Orlando tinha duas virtudes que dignificam o jornalismo: integridade e isenção. Gentil e respeitoso, retratou a atuação do Supremo Tribunal Federal sempre comprometido com a verdade. Uma grande perda para o jornalismo, para o Supremo e para o Brasil.”
Luiz Orlando deixa as filhas Tereza e Lúcia, também jornalistas, e o filho Paulo.
Publicidade