Pela segunda vez em uma eleição com nomes para o Congresso, o Movimento Brasil Livre (MBL) busca ajustes para 2022 e um deles está na estrutura partidária com a qual entrará na disputa. De acordo com o deputado federal e co-fundador do MBL, Kim Kataguiri (DEM-SP), os planos são para concentração dos candidatos em um único partido.
O parlamentar adiantou parte da estratégia em entrevista ao Congresso em Foco Talk, nesta quinta-feira (18). Na ocasião, ele voltou a defender o nome de Arthur do Val para disputar o governo do estado de São Paulo.
Arthur do Val, que ficou conhecido como Mamãe Falei, também co-fundador do movimento que atualmente ocupa o cargo de deputado estadual em São Paulo pelo DEM, mesma legenda de Kataguiri.
Assista a entrevista na íntegra:
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Indefinições sobre Moro
O MBL defende terceira via para a Presidência da República. “A gente também milita, é entusiasta de uma terceira via, uma candidatura que não seja nem a de Lula e nem Bolsonaro. Ambas na nossa avaliação são candidaturas de candidatos radicais, cada um no seu espectro ideológico”, afirmou o deputado.
PublicidadeO nome mais próximo do movimento é do ex-juiz Sérgio Moro. Entretanto, Kim ponderou ainda faltar a Moro ainda um plano concreto de governo para possibilitar o apoio. O deputado afirmou, igualmente, que uma garantia de apoio durante a eleições não garante apoio do movimento durante o governo. O deputado justifica a postura com base no histórico do MBL, de ser traído por parte dos candidatos apoiados pelo movimento após eleitos, como no caso de Jair Bolsonaro e João Dória.
Pessimismo sobre terceira via
As esperanças do MBL para 2022 estão depositadas sobre a possibilidade de uma terceira via, defendida também pelo analista político e jornalista Ricardo Cappelli, presente no debate. Apesar disso, Capelli não acredita em uma vitória de candidato fora do eixo Lula-Bolsonaro.
“Eu torço pela terceira via, (…) mas eu vejo muita dificuldade dessa terceira via conseguir conquistar um espaço”, lamentou.
Veja a fala de Cappelli:
A polarização política, na visão do analista, foi um fator de peso no resultado eleitoral de 2018 e, certamente, continuará como uma constante em 2022.
“É um erro grave subestimar a força que o presidente Bolsonaro tem nas eleições do ano que vem. (…) Acho também que os novos meios de comunicação empurraram a polarização, (…) e não vai ser fácil quebrar a polarização”, declarou.
Capelli, entretanto, não consegue enxergar no atual momento uma liderança capaz de romper com a polarização entre os dois candidatos. Kataguiri concorda com esse obstáculo em 2022. “Infelizmente, as perspectivas do ano que vem não são boas. A expectativa que a gente tem é um debate muito polarizado, muito raso. Mais uma troca de acusações do que um debate de país”, concluiu.
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