Última presidenciável entrevistada pelo Jornal Nacional, a candidata Marina Silva (Rede) passou a quase meia hora de entrevista nesta quinta-feira (30) explicando suas alianças e capacidade de liderança.
A presidenciável da Rede, candidata pela terceira vez, foi questionada sobre como pretende convencer o eleitor de que tem as qualidades de líder para comandar o país, tendo enfrentado dificuldades para criar o partido e com saída em massa de cofundadores e parlamentares de seu partido apenas alguns anos após a criação da sigla.
“Ser líder não é ser dono do partido”, disse, defendendo mais uma vez o diálogo com quadros de diferentes partidos, incluindo os ex-integrantes da Rede.
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Marina também insistiu em propor “diálogo” ao ser questionada por evitar o que chamou de “pacotes” sobre temas que defende, como a reforma da Previdência.
Os apresentadores do telejornal da Rede Globo a instaram a responder por que, como candidata, Marina evita debater com “propostas concretas” e não assumir posições claras. Para ela, as pessoas estranham quando um candidato afirma que vai dialogar. “O Brasil vem de uma cultura do pacote”, disse a candidata, que acrescentou ainda que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e seu vice, atual presidente da República, Michel Temer (MDB), não apresentaram propostas, e sim “jogaram um pacote na cabeça dos brasileiros, discutido apenas com empresários”.
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Marina também foi perguntada sobre as alianças regionais da Rede com partidos que ela critica, como PT, PSDB e MDB. O apresentador William Bonner chegou a ler uma lista de estados em que a Rede se coligou com as siglas. “Pessoas boas estão em todos os partidos”, disse a candidata, que afirmou ainda que agora há candidatos que copiam sua posição, em referência a Geraldo Alckmin (PSDB), que tem adotado a mesma linha de defesa de sua aliança com os partidos do chamado Centrão.
Ao ser questionada sobre se as alianças não eram incoerentes, Marina reclamou que é “engraçado” como cobram dela capacidade para fazer alianças, mas reclamam quando ela se aproxima de algumas siglas. “Incoerência é fazer aliança por tempo de televisão”, completou.
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A candidata finalizou a entrevista relembrando a trajetória e afirmando que como mulher, negra, de origem humilde e alfabetizada aos 16 anos, era vista como uma “exceção”. Se eleita, afirmou, não governará um país de exceções, e sim de regras.
Colaborou Rodrigo Zuquim