As reações à decisão do governo de só autorizar no ano passado aumento para as carreiras ligadas à área policial continuam. Dando continuidade ao seu movimento, mais 80 delegados da Receita Federal do estado de São Paulo entregarão os cargos nesta quarta-feira (12), de acordo com informação do presidente do Sindifisco estadual, Paulo Oshiro. Já são mais de 1.300 cargos de chefia entregues desde o início da paralisação, iniciada em dezembro.
Paulo Oshiro afirma que esse número pode aumentar até o final do dia, depois de uma nova reunião entre os delegados de outras regiões prevista para hoje. “Temos um compromisso que nenhum outro auditor fiscal assumirá qualquer cargo, que tenha ficado disponível, em decorrência da nossa mobilização”, diz o diretor.
Apesar de os delegados deixarem os postos, existe outro “cabo de guerra” por trás das exonerações, já que o governo resiste em publicá-las no Diário Oficial. Oshiro esclarece que caso as publicações pendentes não sejam resolvidas, a Justiça será acionada.
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O impacto das paralisações já é sentido pelo governo com a suspensão de julgamentos pelo Conselho Administrativo de Recursos Federais (Carf), filas de caminhões nas fronteiras esperando inspeção e até possível aumento nos combustíveis devido à lentidão no abastecimento dos postos.
As negociações para o fim da greve seguem a passos lentos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, receberá Isac Falcão, presidente da Sindifisco Nacional, na quinta-feira (13). Na pauta, o corte no Orçamento da Receita Federal e a demora no cumprimento de um acordo assinado em 2016, pelo Governo com os Auditores Fiscais, que estabelece um bônus de eficiência para a categoria.
Por conta das reações no funcionalismo, Paulo Guedes tem defendido que o governo desista de qualquer reajuste este ano, desfazendo o compromisso que antes fizera com as carreiras policiais.
Entenda
A greve, aprovada em 23 de dezembro, foi deflagrada após corte no Orçamento 2022, que afetam os recursos da Receita, impossibilitando não somente o reajuste salarial dos auditores, mas também a manutenção de diversas unidades do órgão. Os servidores protestam ainda contra a falta de regulamentação do “bônus de eficiência”, aprovado em acordo feito com o governo federal em 2016.
O recurso foi realocado para custear o reajuste salarial de servidores da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), prometido à classe pelo presidente Jair Bolsonaro.
Paulo Oshiro diz que há falta de reconhecimento do governo do trabalho feito na Receita Federal, que atua na segurança pública assim como os demais órgãos beneficiados com o reajuste.
” A Receita Federal também atua em segurança pública. A nossa instituição é um órgão de excelência que fiscaliza fronteiras, apreende drogas e armas nos portos e aeroportos. Temos diversos setores que atuam fortemente contra o crime organizado em defesa da segurança nacional. Esperamos que o governo também reconheça a importância dos auditores fiscais no combate ao crime organizado e cumpra o acordo assinado em 2016 com a nossa categoria”, afirma.
Por conta das reações no funcionalismo, Paulo Guedes tem defendido que o governo desista de qualquer reajuste este ano, desfazendo o compromisso que antes fizera com as carreiras policiais.
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