Em tese, eles são os que mais lucrariam com o afastamento do presidente Jair Bolsonaro. Em um quadro com Bolsonaro fora da disputa de 2022, sem a polarização com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, cresceriam as chances de um nome alternativo. Mas, por incrível que possa parecer, os parlamentares vinculados aos partidos que hoje trabalham a organização da terceira via para a disputa também são, em sua maioria, contra o impeachment do presidente. É o que mostra o Painel do Poder, pesquisa trimestral que o Congresso em Foco Análise faz com 70 dos principais líderes do Congresso Nacional.
Como mostra a última rodada da pesquisa, a percepção que têm os senadores da possibilidade de avançar o impeachment do presidente Jair Bolsonaro é muito baixa. Oito entre dez dos entrevistados considera que o afastamento não tem a mínima chance.
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Realizada trimestralmente pelo Congresso em Foco Análise, o Painel do Poder é um importante termômetro para medir os humores e tendências do Congresso Nacional. Os deputados e senadores que respondem ao levantamento estão entre as lideranças mais influentes do Parlamento. Portanto, suas avaliações refletem o sentimento do Congresso como um todo. Saiba aqui como assinar e contratar a pesquisa.
Esse estrato não é muito diferente se considerados somente os deputados e senadores vinculados aos partidos que hoje buscam viabilizar uma terceira via na disputa presidencial de 2022, e que estariam vinculados às legendas que mais lucrariam em tese se Bolsonaro não estivesse no páreo.
Consideradas somente as repostas dos deputados e senadores filiados ao PSDB, PSD, PDT, Rede, Cidadania, DEM, MDB e Solidariedade, somam-se 30 parlamentares. Como os demais, eles foram convidados a avaliar, numa escala de 1 a 5, se concordam com o impeachment.
PublicidadeDesses 30, 15 deles (50%) deram nota 1. Quatro deram nota 2 (13,3%). Quatro também deram nota 3 (13,3%). Dois deram nota 4 (6,7%). E cinco deram nota 5 (16,7%).
Esse estrato encontra paralelo com os demais feitos na pesquisa. Enquanto todos os parlamentares que se declararam da base do governo assinalaram 1 como resposta (nível de concordância muito baixo, ou discordância total), entre os oposicionistas há divisão. Há uma nota 1 e uma nota 2 (nível de concordância muito baixo) e várias notas 4. Houvesse simetria perfeita na polarização, nesse caso, todas as notas da oposição deveriam ser cinco.
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