Em ato realizado pelo partido, em Brasília, nesta terça-feira (12), o ex-presidente Lula e pré-candidato do PT à Presidência centrou ataques ao principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), e a violência causada pelo acirramento de militâncias, sobretudo a causada pelos bolsonaristas.
“Esse cidadão não tem massa encefálica boa na sua cabeça. Esse cidadão não é humano e se cerca de pessoas iguais, ou pior do que ele”, disse Lula em referência a Bolsonaro. Lula também citou os casos de violência recentes causados pela polarização dos dois partidos.
“Nunca, em nenhum momento, eu falei de violência em campanha. Entretanto, o Brasil mudou. Ainda não sei porque mudou tanto. Mas estão tentando fazer das campanha eleitoral numa guerra. Colocando medo na população brasileira”, afirmou o pré-candidato do PT.
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Veja em vídeo o discurso de Lula:
O evento aconteceu no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e contou com as principais lideranças da coligação “Vamos Juntos pelo Brasil”, composta pelo PT, PCdoB, PV, PSOL, PSB, Solidariedade e Rede. O ato público contou com a presença de lideranças partidárias da esquerda, além de deputados e senadores petistas.
O local, que antes era indefinido, foi escolhido após os últimos dois incidentes em atos do PT. Em Minas Gerais, ainda em junho, um drone de pulverização agrícola foi avistado borrifando urina e fezes contra os apoiadores do ex-presidente.
Na última semana, no Rio de Janeiro, a situação foi semelhante. Uma espécie de bomba caseira com um líquido que cheirava a fezes foi arremessada no local do evento com o pré-candidato do PT.
Neste último fim de semana, o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho invadiu uma festa de aniversário do guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, no Paraná, e assassinou o aniversariante a tiros. A motivação do crime foi que o tema da festa era uma homenagem ao PT e ao ex-presidente Lula.
Para o petista, o assassinato foi causado pela postura do presidente Jair Bolsonaro (PL). “O PT polariza nas eleições para presidente desde 1994 e isso nunca aconteceu”, ponderou.
“O PT polariza nas eleições desde 1994 e você não tem sinal de violência. Eu acho que a sociedade brasileira começa a perceber o que está em jogo. [Bolsonaro] É uma pessoa de comportamento desumano, do mal. Não tem compaixão por pessoas que estão morando na rua, pelas pessoas que não tem o que comer”, criticou o líder.
PEC dos Auxílios
Lula também voltou a criticar a PEC dos Auxílios, que estava sendo votada paralelamente na Câmara dos Deputados. A proposta prevê aumento do valor do Auxílio Brasil, antigo Bolsa-Família, amplia o Vale-Gás e cria um “voucher” para caminhoneiros. As medidas, no entanto, acabam em dezembro deste ano.
“Ele fala de criar o vale-motorista, vale-táxi, vale-gás, coisa que ele poderia ter criado há dois, três anos atrás, mas resolveu criar por três meses, como se fosse um vale sorvete, que você põe na boca e acaba. Nós temos que dizer pra ele se colocar dinheiro na nossa conta, nós vamos pegar, mas o nosso voto ele não vai ter. Nós não somos gado, não somos um animal quadrúpede.”, disse.
Antes, no sábado, o petista já havia criticado a medida, que se aprovada, terá validade até o final do ano. Segundo Lula, o presidente Jair Bolsonaro quer “comprar o povo” com seis meses de auxílio.
“Essa semana eu vi que ele [Bolsonaro] quer dar R$ 600 até dezembro. Ele quer dar mil reais para motoristas de caminhão até dezembro. Ele quer dar dinheiro pros taxistas até dezembro. Por que esse facista pensa que o povo vai ser tratado como se fosse ignorante ou gado? Ele acha que vai comprar dando um programa para seis meses”, disse.
Segurança
Apesar do esquema de segurança do ex-presidente ter sido reforçado após os últimos ataques aos militantes petistas, algumas falhas de segurança chamaram a atenção. Todos os participantes passaram por detectores de metais. Mas não houve revista de bolsas e mochilas.
No ato, um homem acendeu dois sinalizadores no meio da multidão. Parou depois que foi advertido pelo apresentador, o ator Murillo Grossi.
Lula pediu para que os apoiadores reforçassem o cuidado pelos próximos três meses: “Nós não temos que aceitar provocação. Se alguém provocar vocês, mande ele morder o próprio rabo e não brigue. Vão pra casa cuidar da família.”, solicitou.