O candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participou de um encontro com empresários promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta terça (9). Aos presentes, o ex-presidente defendeu que seja feita uma reforma administrativa em seu governo, caso seja eleito.
Segundo Lula, atualmente, “pouca gente ganhando muito e tem muita gente ganhando muito pouco”.
“É preciso tentar fazer um equilíbrio e aí vamos ter que pensar direitinho, e aqui já tem experiência de mundo, já temos 13 anos de governo, tem muito governo de estado, muita gente preparada nessa coisa administrativa para a a gente sentar e dar uma repensada no Brasil. É preciso fazer”, afirmou.
A proposta do candidato, no entanto, não consta no seu plano de governo, enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Lula também não chegou a detalhou como seria feita a reforma administrativa.
Sobre a reforma tributária, o ex-presidente alegou que em 2007 foi construída uma proposta junto aos governos estaduais e líderes do Congresso, mas a proposta acabou sendo travada pelo Legislativo. Segundo o ex-presidente, agora, será necessário a construção de um texto com todos os setores, além de cobrar ao Congresso Nacional avanço na medida.
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“Vamos sentar o rico e os que ganham menos para saber como vamos fazer essa reforma tributária. Logo depois da posse vamos colocar isso na mesa. Vai ser imediatamente essa reforma tributária, pois o futuro vai depender do que a gente fizer nos primeiros seis meses de governo”, defendeu.
Durante a sabatina, o petista se disse disposto a conversar com representantes do agronegócio e falou “não entender” aqueles ruralistas simpáticos ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O que o Bolsonaro fez de bom para o agronegócio? Nada!”, disse. O candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB) tem sido o interlocutor da chapa com empresários do setor. Para as próximas semanas são esperadas viagens para o interior do Brasil e visitas a estados como o Mato Grosso.
Lula também fez críticas ao atual presidente. Segundo ele, Bolsonaro “depreciou” o documento em defesa da democracia. Na segunda-feira (8), o chefe do Executivo participou de um evento com banqueiros da Febraban e declarou que “democrata não precisa assinar cartinha”, ao se referir a documento criado por ex-alunos da Universidade de São Paulo (USP), em defesa da democracia e do sistema eleitoral eletrônico.
“Como é que a gente pode viver num país em que o presidente conta sete mentiras todo dia? E com a maior desfaçatez. Que chama uma carta, que defende a democracia, de cartinha? Quem sabe a carta que ele gostaria de ter é uma carta feita por milicianos no Rio de Janeiro e não uma carta feita por empresários, intelectuais, sindicalistas defendendo um regime democrático”, afirmou Lula.
O ex-presidente ainda afirmou aos empresários que pegará um Brasil “pior que em 2003” caso seja eleito.
O evento da Fiesp também contou com a presença do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula na chapa que vai concorrer à Presidência e o coordenador do programa de governo Aloizio Mercadante (PT).