O ex-presidente Lula (PT) questionou nesta quinta-feira (23) a necessidade de prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, suspeito de operar um esquema de corrupção durante sua passagem pela pasta com pastores lobistas. Em entrevista à Rádio Difusora de Manaus, o pré-candidato à Presidência defendeu o direito à defesa de Ribeiro.
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“A prisão depende de apuração, de prova. Você não pode prender porque vai prender. Não. Você tem prova contra o cidadão? Está provado que ele roubou? Você faz um processo e aí a Justiça decide se vai prender ou não. Eu defendo o direito à defesa para todo mundo. O direito à defesa é um valor monumental da democracia neste país. Eu não sei se (ele) já foi investigado, se tem uma autorização da Justiça para prender. Mas que ele foi um mal ministro da Educação, ele foi”, afirmou o petista ao ser questionado sobre a prisão do ex-auxiliar de Bolsonaro.
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A posição do ex-presidente difere da manifestação de parlamentares petistas, que defenderam o aprofundamento das investigações contra o ex-ministro, inclusive com a abertura de uma CPI do MEC e a inclusão do atual presidente da República no rol dos investigados por participação no esquema.
Lula também se comprometeu a não mexer na Zona Franca de Manaus, que tem sido atacada pelo atual governo federal, sobretudo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele prometeu, ainda, que não haverá garimpo em terra indígena em seu eventual governo e que vai retomar as demarcações desse tipo de território. E ainda criticou Bolsonaro por ter ido a Manaus fazer motociata em vez de prestar solidariedade à família do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.
Publicidade“Nós vamos voltar a fazer aquilo que a gente já vinha fazendo. Nós tínhamos diminuído o desmatamento da Amazônia em 80%, estávamos fazendo a maior demarcação de terras indígenas da história desse país, estávamos fazendo territórios que a gente queria que fossem reservas florestais, para que a humanidade pudesse viver mais dignamente com aquilo que a Amazônia poderia contribuir. Mas de 2016 para cá a gente tem gente governando esse país que não se preocupa com isso, que passa por cima disso. Você tem um presidente da República que vai a Manaus e, em vez de visitar, quem sabe, parentes das vítimas [Bruno e Dom], vai fazer motociata como se nada tivesse acontecido, da forma mais irresponsável”, acrescentou.
O ex-presidente também afirmou que Bolsonaro tem “comportamento fascista”. “A sociedade brasileira precisa se dar conta de quem em 2018 o povo brasileiro, quem sabe, tenha cometido um erro histórico, quem sabe, levado pelas mentiras, levado pelas fake news, e tenha levado esse país a cometer o maior erro histórico ao eleger uma pessoa com comportamento fascista, sem nenhum comportamento civilizatório. Esse cidadão não conhece o Brasil, não tem responsabilidade com o Brasil, não sabe a importância da manutenção da floresta [amazônica] para o planeta Terra e não sabe a importância da Zona Franca de Manaus para a sobrevivência do povo desse estado [Amazonas]. Significa que ele não conhece, que ele só sabe fazer bobagem, andar de jet ski, andar de motocicleta”, criticou na entrevista à rádio amazonense.
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