A edição deste ano do Lollapalooza virou palco para protestos e xingamentos contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Artistas que se apresentaram no festival, no sábado (26), empolgaram o público com manifestações contra o presidente da República, reforçando uma tendência iniciada pela cantora Pabllo Vittar, que no primeiro dia do evento ergueu uma bandeira em favor do pré-candidato à Presidência da República, o ex-presidente Lula, do PT, e agitou o público com gritos de “fora Bolsonaro”.
O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição, protestou contra a manifestação da cantora, e, na manhã deste domingo (27), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reconheceu a reclamação, e classificou como propaganda eleitoral antecipada as manifestações de Pabllo, e também da cantora britânica Marina, na sexta-feira (25).
Mas, depois disso, no segundo dia do festival, artistas como Emicida, Silva e o cantor Jão também aproveitaram o momento para promover campanha pelo voto jovem, incentivando adolescentes a tirarem seu título de eleitor: “1º, boa noite! 2º, estava com a maior saudade; 3º, se você tem de 16 a 18 anos tire seu título de eleitor e 4º, Bolsonaro vai tomar no cu”, disse Emicida ainda no início do seu show. A fala foi seguida de gritos do público.
Leia também
Já na apresentação de Silva, os gritos de “ei Bolsonaro, vai tomar no cu” foram puxados pelos espectadores e elogiado pelo artista: “Essa é a minha galera”. Logo após, o cantor Jão estimulou o público a xingar Bolsonaro e pediu ao público jovem que tirassem seu título de eleitor: “Não adianta nada estar aqui e não votar, p*rra”, declarou.
A cantora Marina também usou o palco do Lollapalooza para mandar um recado aos presidentes Jair Bolsonaro, do Brasil, e Vladmir Putin, da Rússia. “Fuck Putin, fuck Bolsonaro!”.
Em respostas às manifestações contra o presidente Bolsonaro no festival, o Partido Liberal (PL), legenda pela qual o presidente irá disputar a reeleição, acionou a organização do Lollapalooza pelas manifestações feitas em favor do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Para o partido, houve uma manifestação política em evento aberto em desabono a Bolsonaro, principal concorrente de Lula na corrida eleitoral deste ano. O TSE deu ganho à causa do partido.
Neste domingo, o PL realiza um evento que também corre o risco de ser considerada propaganda eleitoral antecipada. No Centro Internacional de Convenções, o partido promove um ato chamado “Filia Brasil”. Inicialmente, o ato foi vendido como o lançamento da pré-candidatura de Bolsonaro. Os advogados do partido, porém, alertaram que isso poderia ser interpretado como propaganda antecipada e infringir a legislação eleitoral, que só permite comícios e atos desse tipo a partir do dia 16 de agosto. Mudou-se, então, para um evento de filiação de novos militantes. Mas, no sábado (26), Bolsonaro chamou-o de “lançamento da pré-candidatura” ao fazer um passeio de motocicleta pela região administrativa de Ceilândia, no Distrito Federal.