Na tentativa de manter-se na corrida para a eleição ao Palácio do Planalto, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, sinalizou que irá fazer o que estiver ao seu alcance para valida-se como pré-candidato. Nesse sentido, afirmou em entrevista nesta quarta-feira (14) que “vai usar a pista toda”.
“Não quero viver com o sentimento de que poderia ter feito algo e não fiz, então eu vou usar a pista toda que eu tenho pela frente até eu sentir que a tomada de decisão se imponha. Eu não sou candidato a salvador da pátria. O erro do Brasil é apostar em salvadores da pátria e mitos, ou outras figuras messiânicas. Acho que não é por aí”, falou. A entrevista foi dada à Rádio Gaúcha.
A fala de Leite é vista como uma sinalização de que ele poderia migrar para o PSD de Gilberto Kassab, que tem prometido legenda para tê-lo como nome da sigla à presidência. O PT, no entanto, mantém conversas com o partido em alguns estados.
Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, é um desses casos. Em entrevista recente o ex-presidente Lula afirmou que o PT pode integrar o palanque do atual prefeito de Belo Horizonte e pessedista, Alexandre Kalil.
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Dória e Pacheco
Leite disputou as prévias do PSDB em 2021 contra o governador de São Paulo, João Doria, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio. Após confusões internas, que envolveram acusações de falhas na segurança do aplicativo usado para votação, Doria conquistou a vitória, assumindo a condição de pré-candidato tucano ao Planalto.
Antes de Eduardo Leite, Gilberto Kassab propagava o nome do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como a aposta do partido para a disputa de 2022. Pacheco, que era filiado ao DEM, trocou de legenda migrando para o PSD com direito a uma grande cerimônia em Brasília, na qual foi apresentado como pré-candidato por Kassab. Na ocasião ele chegou a ser comparado em peças publicitárias e discursos com Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil na década de 1950.
PublicidadeNa última semana, porém, Pacheco fez um pronunciamento no plenário do Congresso no qual anunciou que havia desistido da pré-candidatura para manter-se dedicado ao legislativo.
“Nesse cenário tenho que me dedicar a conduzir o Senado para a tão desejada recuperação e reconstrução desse país. […] O cargo a mim confiado está acima de qualquer ambição eleitoral, meus compromissos são urgentes, inadiáveis e não compatíveis com vaidades. […] Por isso, afirmo que é impossível conciliar essa difícil missão com uma campanha presidencial”, discursou.