O governador de São Paulo, João Doria, anunciou em coletiva de imprensa a sua renúncia do governo do estado. A medida é um pré-requisito para que possa concorrer à Presidência da República nas eleições, campanha confirmada na mesma oportunidade. Em seu discurso, não poupou esforços para criticar a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ainda no início do discurso, se manifestou contra a postura do presidente em favor do golpe militar de 1964, e relembrou os abusos políticos cometidos por Bolsonaro. “O Brasil foi surpreendido pelo negacionismo. O Brasil enfrentou ataques à democracia, ataques à imprensa, ataques à verdade e ataques às liberdades individuais”, declarou.
O conteúdo deste texto foi publicado antes no Congresso em Foco Insider, serviço exclusivo de informações sobre política e economia do Congresso em Foco. Para assinar, clique AQUI e faça uma degustação gratuita de 30 dias.
Leia também
Doria também ressaltou a atuação de seu governo durante a pandemia da Covid-19, período em que procurou capitalizar apoio ao redor do esforço em trazer ao Brasil a vacina Coronavac, do laboratório chinês Sinovac. “Corremos em busca da ciência e das vacinas para salvar vidas que estavam sendo negligenciadas no governo negacionista de Jair Bolsonaro. (…) Trouxemos a vacina e acertamos que este era o único movimento para retomar a normalidade em São Paulo e no Brasil”, relatou.
O governador também procurou contrapor a acusação de Bolsonaro de que as medidas de contenção da pandemia em São Paulo traria regresso econômico ao estado. “São Paulo cresceu cinco vezes mais do que o Brasil ao longo desses três anos, mesmo com dois anos de pandemia”, apontou.
Também buscou demonstrar que leva vantagem em relação ao presidente nas obras de infraestrutura, um dos focos da campanha de Bolsonaro e de seu indicado para concorrer ao governo de São Paulo, o ministro da infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas. “São Paulo está construindo e recuperando mais quilômetros de rodovias do que o governo federal fez no Brasil em três anos”.
PublicidadeA renúncia ao governo se dá em um dia tenso para sua campanha. Pela manhã, diversos veículos noticiaram o rumor divulgado na Folha de S. Paulo, de que teria desistido de renunciar ao cargo de governador e não disputar a eleição para presidente. O governador procurou deixar claro em seu discurso que não mudou os planos para a candidatura pelo PSDB. “É hora de enfrentarmos as adversidades coletivamente. (…) É hora de criar uma frente ampla pelo Brasil, e pelos brasileiros. Construir a melhor via para o nosso país”, declarou ao anunciar a entrega do governo ao seu vice, Rodrigo Garcia (PSDB), que assume o cargo no sábado (2).