Defensora de Sergio Moro mesmo depois de ele ter saído do governo Bolsonaro, a deputada estadual Janaina Paschoal (União-SP) se irritou com um comentário do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça. O pré-candidato à Presidência pelo Podemos escreveu no Twitter neste sábado que tanto o PT quanto Jair Bolsonaro apoiam ditaduras. Janaina chamou de “infantil” a publicação do ex-juiz.
“Venezuela, Nicarágua e Cuba apoiam a agressão Russa à Ucrânia. Alinhados com estas ditaduras estão também Bolsonaro e o PT. Nós estamos do outro lado. Não apoiamos a guerra, a violência, as ditaduras e o autoritarismo. E você?” Janaina foi em seguida ao Twitter criticar o agora ex-aliado. “Quem pretende governar o país deveria ser menos infantil nas postagens!”, tuitou a deputada. A publicação de Moro recebeu vários comentários negativos.
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Em janeiro, em entrevista ao site Jota, Janaina criticou os bolsonaristas que atacam Moro. A tática, segundo ela, só favorece Lula.
“Não voto na esquerda de jeito nenhum. Se o [Sergio] Moro for para o segundo turno, vou fazer campanha para ele. Se o Bolsonaro for para o segundo turno, vou fazer campanha para ele. Neste primeiro momento, estou ouvindo e avaliando os candidatos. Hoje, a gente vive uma situação esdrúxula, e tenho chamado atenção dos meus colegas bolsonaristas nesse sentido, de Bolsonaro e seus apoiadores mais ‘raiz’ emprestarem a tese do PT para bater no Moro, sem perceber que estão, com isso, fazendo campanha para o Lula. E, agora, estou ouvindo bolsonaristas repetindo o mantra petista. Ao proceder desta forma, eles não estão fazendo campanha para o Bolsonaro. Eles estão fazendo campanha para o Lula”, disse Janaina. Ela também já se manifestou contra investigações abertas contra Moro por conta de sua atuação em uma consultoria depois que deixou o governo.
Na última sexta-feira (25), o Brasil votou a favor da resolução do Conselho de Segurança da ONU contra a Rússia. Mas a decisão, apoiada pela maioria dos integrantes, foi barrada pela própria Rússia, que preside atualmente o colegiado. Foram 11 votos a favor da resolução, três abstenções e o voto contra dos russos.
O documento responsabilizava a Rússia pela guerra, condenava a agressão à Ucrânia e defendia a soberania dos ucranianos. Também cobrava dos russos a retirada imediata das tropas no país vizinho.
A posição do embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa, destoou da postura do presidente Jair Bolsonaro, que prestou solidariedade ao presidente Vladimir Putin, na semana passada, em Moscou, e desautorizou o vice-presidente Hamilton Mourão, que havia condenado os ataques russos sobre a Ucrânia.