Após o sinal verde do Tribunal de Contas da União (TCU), que aprovou na quarta-feira (18), por 7 votos a 1, o plano de privatização da Eletrobrás, o Ministério das Minas e Energia já começa a se movimentar para colocar a estatal à venda. O MME já prepara uma campanha publicitária para possibilitar aos trabalhadores o uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para comprar ações da empresa assim que o processo de desestatização seja sacramentado.
De olho na abertura de capital da Eletrobrás, grandes fundos também já preparam aportes financeiros para garantir sua parte da estatal assim que o processo de venda seja iniciado. Ao Congresso em Foco Insider, uma fonte revelou quais são os grupos interessados no negócio:
3G Capital – de propriedade de Jorge Paulo Lehmann, Marcel Herrmann Telles, Carlos Alberto Sicupira, Alex Behring e Roberto Thompson Motta, que atua nos ramos da indústria de bebidas, alimentos, restaurantes de fast-food, varejo e comércio eletrônico.
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Fundo FIA Dinâmica – do Banco Clássico, banco de investimento carioca que opera principalmente ativos dos herdeiros de José João Abdalla Filho, mais conhecido como Juca Abdalla, 18º homem mais rico do país, segundo a revista Forbes, já demonstrou interesse em participar da oferta. O Banco Clássico, aliás, já detém cerca de 5% das ações da estatal.
Outros fundos como o Fundo Soberano de Cingapura (GIC) e o Fundo de Pensão do Canadá também são alguns dos que manifestaram interesse na oferta da Eletrobrás, além da Itaú S/A.
“Decisão histórica”, segundo o MME
O Ministério das Minas e Energia comemorou e considerou histórica a aprovação do processo de desestatização da Eletrobrás pelo Tribunal de Contas da União. “O MME tem a convicção de que o processo foi extremamente escrutinado, culminando com a decisão mais fundamentada e ponderada entre os processos de privatização do País”, disse a pasta em nota após a votação no TCU.
A expectativa do MME é de que a fase final da desestatização da Eletrobrás ocorra em junho e, para isso, tanto a Eletrobrás quanto o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) estão monitorando diariamente as investidas judiciais, tanto no Brasil quanto no exterior, para impedir rapidamente as tentativas de barrar a operação.
Entre as etapas do cronograma para a venda da Eletrobrás estão o protocolo da operação na CVM e na SEC, o lançamento da oferta, tomando como base os resultados do primeiro trimestre de 2022, as visitas a investidores para apresentação da empresa, a precificação do papel e a realização da operação nas bolsas do Brasil e Nova York na primeira semana de junho.
Em 13 de julho de 2021, o presidente Jair Bolsonaro sancionou, com vetos, a Medida Provisória 1031/2021, que previa a privatização da Eletrobrás. De acordo com o governo federal, à época, a privatização poderá reduzir a conta de luz em até 7,36% além de defender que a privatização da estatal pode gerar em torno de R$ 100 bilhões aos cofres públicos.
Entidades do setor, porém, apontaram que a conta de luz vai ficar mais cara porque o texto prevê medidas que geram custos que serão pagos por consumidores.
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