Querid@s: neste sábado, em tempos normais, parte expressiva da população brasileira estaria comentando o debate final entre os dois candidatos à presidência da República, levado ao ar pela maior rede de TV aberta do país.
Só que não: de maneira inédita em todos os segundos turnos já acontecidos no Brasil, um candidato fugiu desse e de todos os outros debates programados. Desprezo pela democracia, deplorável falta de consistência programática e covardia.
Inédito é também um candidato que, raivoso e desumano, elogia a tortura, a ditadura e promete, se eleito, mandar pro exílio ou prender quem lhe fizer oposição “vermelha” (para o ignaro, a Guerra Fria não acabou).
Inédito é quem faz discurso virulento e de ódio se dizer cristão, neoconvertido batizado midiaticamente nas águas do Jordão. Inédito é mitificar como “íntegro” quem foi do partido de Maluf por quase 20 anos – em quem votou em 1989, classificando-o como “grande brasileiro” – e elogiou em cadeia nacional o megacorrupto Eduardo Cunha, a quem nunca se opôs.
Inédito é, ainda, tanta gente que sempre disse que a democracia é um valor universal não perceber que ela está ameaçadíssima pelo Tosco e seu entorno de truculentos. E, tomado por antipetismo passional, nem examinar a trajetória de Fernando Haddad, que nunca foi do núcleo duro das lambanças que o PT de fato fez (igualando-se aos demais grandes partidos).
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Inédito seria, na hora do precioso direito de escolha, duramente conquistado, a cidadania votante – liberal, conservadora, capitalista, socialista, rica, “remediada” ou pobre – não perceber que o professor é infinitamente mais qualificado que o capitão da reserva fujão, em todos os aspectos: do preparo, das propostas, da ética pública, da postura, do que queremos para as futuras gerações.
PublicidadeO nosso voto nunca foi tão importante como expressão de princípios, valores humanitários, sentido civilizatório. Ainda é tempo!