O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta quarta-feira (29) que vai suspender temporariamente a iniciativa da Fundação de Apoio à Inovação Científica e Tecnológica do IBGE , a IBGE+. A decisão foi tomada em conjunto com o Ministério do Planejamento e Orçamento, ao qual o instituto é vinculado.
“Frente a esse desafio, estão sendo mapeados modelos alternativos que podem ensejar alterações legislativas, o que requererá um diálogo franco e aberto com o Congresso Nacional. Desta forma, o MPO e o IBGE esclarecem que qualquer decisão que oportunamente for tomada seguirá o debate no IBGE e com o Executivo e o Legislativo”, acrescentou em nota.
O instituto também informou que o ministério dará apoio, por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA), para a formulação do Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola, considerado pelo IBGE “uma das pesquisas mais relevantes do Instituto, em recursos para 2025”.
O anúncio do IBGE+ causou polêmicas sobre a gestão do presidente do instituto, Marcio Pochmann. A maior crítica ao modelo era o caráter paralelo que teria, sem receber recursos da União. Assim, a fundação deveria firmar acordos com empresas privadas, o que preocupou funcionários do órgão sobre a confiabilidade dos resultados das pesquisas realizadas.
Os protestos dos servidores do IBGE lidam também com a condução considerada autoritária pelo economista indicado por Lula. Na última semana, 136 servidores assinaram uma carta aberta contra sua gestão. Na segunda-feira (28), funcionários da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), vinculada ao IBGE, publicaram outra.
A insatisfação diante da gestão de Pochmann motivou o líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), a protocolar uma representação endereçada ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo o afastamento do presidente. Além disso, também solicitou a revogação dos atos administrativos que fundamentam a criação do IBGE+, além da intimação da ministra do Planejamento, Simone Tebet, ou de representante da pasta.