O ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) deve começar no próximo dia 24 uma série de viagens para nacionalizar seu nome e fortalecer a candidatura presidencial do PT em 2022. O petista já foi candidato a presidente em 2018, quando disputou o segundo turno com Jair Bolsonaro.
“Ele (Lula) me chamou para uma conversa no último sábado e disse que não temos mais tempo para esperar”, disse Haddad em entrevista ao site Brasil 247 na noite desta quinta-feira, 4. “Ele me pediu para colocar o bloco na rua e eu aceitei”.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o primeiro destino programado é Minas Gerais. “Ainda estamos organizando, dia 24 ele deve ir a Minas”, disse ao Congresso em Foco.
Haddad esteve em Brasília (DF) na última quarta-feira (3), quando se reuniu com as bancadas do PT na Câmara e no Senado.
Encontro com a bancada do @PTnoSenado e do nosso bloco com @Haddad_Fernando em #Brasília.
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PublicidadePrecisamos agilidade na liberação das vacinas, ao mesmo tempo, o povo brasileiro ñ pode ser abandonado sem um auxílio emergencial mínimo. O PT está forte p/ combater este desgoverno! pic.twitter.com/lgNwqKLleV
Publicidade— Rogério Carvalho 🇧🇷🏴 (@SenadorRogerio) February 3, 2021
O anúncio de que Haddad vai “colocar o bloco na rua” provocou reação negativa de Guilherme Boulos, que foi candidato do Psol a presidente em 2018 e a prefeito de São Paulo em 2020. Ele disse ao jornal Folha de São Paulo que o momento é de discutir ideias e não nomes.
Nessa sexta (5), Boulos afirmou que o PT “tem direito de lançar nomes para 2022” e destacou ser próximo de Haddad.
O PT tem o direito de lançar nomes para 2022. E eu tenho o direito de defender que o melhor caminho para a esquerda é construir um programa unitário e depois definir nomes. No mais, Haddad é meu amigo e um grande quadro. O resto é intriga de quem vive da pequena política.
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) February 6, 2021
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que também pensa em ser candidato a presidente em 2022, declarou que é “indiscutível o direito de qualquer partido lançar candidato”, mas que é preciso construir programa e alianças para vencer o presidente Jair Bolsonaro.
Indiscutível o direito de qualquer partido lançar candidato a presidente da República. Questões são outras: qual o programa e quais as alianças para derrotar Bolsonaro ? Pois se há uma coisa que não temos “direito” é de perder novamente para ele e prolongar tantas tragédias.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) February 6, 2021
O líder da oposição na Câmara, André Figueiredo (PDT-CE), fez fortes críticas ao PT e ao ex-prefeito de São Paulo. Figueiredo é aliado próximo de Ciro Gomes (PDT), que ficou em terceiro lugar na disputa pelo Planalto em 2018 e desde o segundo turno daquele pleito tem feito diversas críticas ao PT.
. @Haddad_Fernando começa mal sua caminhada como candidato presidencial. Seu foco é defender o exclusivamente o PT, que diz ser o “único partido” que faz oposição a Bolsonaro. Então tudo bem, companheiro. Se o PT é o “único” que presta, então pode vencer sozinho. Boa sorte. https://t.co/b1joyLIruo
— André Figueiredo🌹🇧🇷 (@andrepdt12) February 6, 2021
Hoje, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que que foi presidente de 2003 a 2011, não pode ser candidato a cargos eletivos por conta da lei da Ficha Limpa, que impede condenados de participarem das eleições.
Lula foi condenado em fevereiro de 2018 pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por conta de um apartamento que teria recebido da empreiteira OAS como forma de propina. O petista ficou preso de abril de 2018 até novembro de 2019.
Após a anulação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da possibilidade de prisão em segunda instância, Lula aguarda a pena em liberdade, mas a condenação ainda está mantida, o que impede ele de concorrer.
A defesa de Lula busca maneiras de pressionar a corte para que esta analise a suspeição do então juiz Sergio Moro nos casos envolvendo Lula, tendo em vista a proximidade do julgador com o time de investigadores da Lava Jato. O objetivo é que a suspeição de Moro invalide as condenações de Lula e permita a candidatura dele. Se isso não acontecer, a ideia é que Haddad seja candidato em 2022.
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