Após reunir mais de um milhão de mulheres, o grupo “Mulheres unidas contra Bolsonaro” foi alvo de hackers durante o sábado (15) e a madrugada de domingo (16). Após a invasão, o grupo teve a imagem e o nome alterado para apoiar o candidato do Jair Bolsonaro (PSL) e as administradoras originais do grupo foram excluídas.
A página foi recuperada, mas continuava suspenso do Facebook até a tarde deste domingo. Algumas das administradoras tiveram os perfis no Facebook hackeados. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, uma das administradoras que teve o perfil invadido já registrou boletim de ocorrência na delegacia de Vitória da Conquista (BA). As administradoras chegaram a ser ameaçadas e tiveram seus dados pessoais, como CPF, expostos na internet.
No Twitter, a hashtag #MulheresContraOBolsonaro era uma dos assuntos mais comentados na tarde de hoje. As hashtags #EleNão e #EleNunca também eram usadas por usuários do site. Além da movimentação na internet, o dia 29 de setembro foi escolhido para manifestações em diversas cidades do país. Já estão agendadas manifestações em mais de 40 cidades de 10 estados brasileiros.
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“Nossa resposta será nas urnas, onde iremos mostrar a força das mulheres, pois nossa união não é feita através da violência, mas na certeza de que juntas somos mais fortes e que temos o poder de direcionar nosso país para longe de um discurso racista, misógino e homofóbico”, diz a mensagem postada na conta do grupo no Twitter.
A candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, e Manuela D’Ávila (PCdoB), candidata a vice-presidente de Fernando Haddad (PT), repudiaram o ataque ao grupo e às administradoras.
Em sua conta no Twitter, Marina afirma que o ataque é “uma demonstração de como as ditaduras operam”. “Esse tipo de atitude é fruto de uma visão autoritária, tem resquícios na ditadura e, como mulher, quero aqui apresentar o meu repúdio e minha solidariedade à livre manifestação da opinião de todas as mulheres brasileiras. É uma atitude autoritária, machista e preconceituosa”, escreveu a presidenciável.
“Atenção: os fascistas invadiram o grupo de 2 milhões de mulheres contra Bolsonaro presidente e alteraram seu nome. Força, meninas, estamos juntas”, escreveu Manuela, que também publicou uma foto com as datas e locais onde manifestações contra Bolsonaro estão marcadas. “Mas o voto e força delas eles não podem mudar. Estão sendo organizados atos em todo o Brasil nas próximas semanas”, diz a mensagem.