Mesmo diante da demanda de diversas categorias de servidores por reajuste salarial e de ameaças de greves, o governo federal permanece sem se manifestar oficialmente sobre a decisão dar apenas aumento a policiais federais. Entre as categorias que ameaçam cruzar os braços estão auditores fiscais, com risco de afetar diretamente a capacidade de arrecadação em 2022.
No caso dos auditores fiscais, representados pelo Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), o esforço é para que a situação seja negociada com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Conforme informado em nota, “até o momento não se obteve resposta concreta de que as lideranças sindicais serão recebidas”.
A greve dos auditores já conta com 93% de adesão da categoria, que realiza operação-padrão (também conhecida como operação tartaruga) nos postos de alfândega, ao mesmo tempo em que abandonam cargos de chefia. “Em janeiro a tendência é haver um represamento importante, inclusive de importações e exportações de alimentos”, alerta o sindicato.
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No Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), também se percebe pouco interesse do governo em negociar uma alternativa.
“Não houve avanço conosco. (…) Vamos tentar uma reunião em janeiro com o presidente Roberto Campos Neto para saber qual é o plano de ação dele para conseguir a reestruturação de carreira. Se ainda assim nada acontecer, vamos fazer uma lista de entrega de comissões, e também temos paralisações no radar”, relatou o presidente do sindicato, Fábio Faiad.
Também procura negociar um reajuste a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), que reúne cerca de 240 mil servidores de diversas categorias. Estes possuem agendada uma reunião com o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), José Carlos Oliveira, na tarde de terça-feira (28).
PublicidadeOs servidores do Fenasps, porém, já estão com os salários congelados desde 2017. Por consequência, já estavam organizando uma greve desde antes da divulgação do Orçamento público para 2022.
greve“Entregamos a lista com as reivindicações da categoria desde 10 de novembro. (…) Temos tentado negociar com diversos presidentes que passaram pelo INSS pelos últimos anos. Então essa questão do reajuste é colocar no limite a situação dos servidores”, declarou a diretora Viviane Peres. Tanto a Fenasps quanto o Sinal possuem previsão de greve no início de janeiro caso as negociações não avancem.