A união federativa de duas ou mais siglas ganhou a atração de partidos que vêem nessa possibilidade um caminho para fortalecer a construção de uma terceira via nas eleições de 2022. O PDT está de olho. Parlamentares que integram a sigla confirmaram, ao Congresso em Foco, que a federação pode inflar a propagada candidatura de Ciro Gomes que, eles apostam, seria capaz de enfraquecer a disputa Lula versus Bolsonaro no segundo turno.
Na última quinta-feira (10), o Plenário da Câmara aprovou”urgência urgentíssima” para votação do projeto que altera a Lei dos Partidos Políticos (PL 2522/2015). Uma vez convertido em federação, esse conjunto de partidos estará sujeito às mesmas normas que regem o funcionamento parlamentar, incluindo a questão da fidelidade partidária.
O deputado Wolney Queiroz (PDT-PE) afirma que o PDT e o PCdoB estão em negociações. De acordo com ele, o PCdoB, com sua história e importância no cenário político, seria o maior cabo eleitoral do partido de Ciro Gomes.
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O nome do presidenciável é certo dentro do partido e é visto como um novo caminho para os eleitores. “Não é um cenário fácil, né? Porque diante de uma polarização, você propor uma uma terceira via, é sempre uma tarefa hercúlea. Mas eu acho que há espaço para essa discussão no Brasil e o partido está animado com isso”, disse Queiroz.
A candidatura de Ciro Gomes também tem o apoio do marqueteiro João Santana, responsável pela comunicação do partido. O baiano foi responsável pelas campanhas políticas que culminaram nas eleições de Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014).
Impactos da federação
PublicidadeO surgimento da federação partidária deve reduzir a dependência dos candidatos em relação aos partidos e legendas, afrouxando as pressões sofridas pelo fim das coligações de siglas menores. A urgência pela aprovação das mudanças nas regras eleitorais precisa passar pela Câmara e Senado até outubro para valerem no próximo ano.
Deputados de legendas menores, no entanto, têm reclamado que as federações irão beneficiar apenas os grandes partidos, se não houver mudança nas regras eleitorais. Siglas pequenas e médias articularam entre si para que isso não ocorra.
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