Pesquisa feita pelo Instituto Opinião para o Congresso em Foco mostra que 51,4% dos brasileiros que tomaram conhecimento da existência do caso acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro era o responsável pelo esquema de venda de presentes recebidos por ele em viagens oficiais. A Polícia Federal investiga a suspeita de que Bolsonaro utilizou a estrutura do governo federal para desviar presentes de alto valor oferecidos a ele por autoridades estrangeiras. Para 27,5%, ele não tem qualquer envolvimento com o episódio. Outros 21,1% não souberam responder.
De acordo com o levantamento, 84% dos eleitores do presidente Lula acreditam que Bolsonaro liderava o esquema. Já os apoiadores do ex-presidente se mostram céticos em relação à participação dele no caso: só 6% acreditam na responsabilidade de Bolsonaro pela venda das joias, ao passo que 63% descartam essa hipótese. É maior, porém, o percentual de eleitores do ex-presidente que avaliam que ele tinha, sim, conhecimento das negociações (25%). Entre os eleitores de Lula, esse índice chega a 88%. No geral, 61,7% dos entrevistados avaliam que Bolsonaro sabia da venda das joias. Segundo a pesquisa, 59,1% dos brasileiros têm conhecimento das investigações sobre a negociação ilegal dos presentes recebidos pelo ex-presidente. Outros 21,9% declararam desconhecer o caso.
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Diretor do Instituto Opinião, o sociólogo Arilton Freres entende que os números confirmam que o caso das joias causa um estrago grande sobre a imagem de Bolsonaro e dos próprios militares, devido ao envolvimento de oficiais na venda dos objetos. “Bolsonaro passou os quatro anos em que esteve na Presidência ressaltando que não havia casos de corrupção em seu governo. Que era diferente de outros políticos. Ele se cercou de militares em postos chaves, aproveitando a boa reputação das Forças Armadas junto à população. Esse escândalo mancha não só o governo Bolsonaro. Ele atinge em cheio os militares. Bolsonaro ainda mantém um percentual de eleitores alto, mas vemos que a cada denúncia o apoio ao ex-presidente desidrata”, afirma Arilton, que responde pela pesquisa junto com o estatístico Claudio Rui dos Santos.
Ainda em relação a Bolsonaro, o Instituto Opinião quis saber a opinião dos brasileiros sobre o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o condenou à inelegibilidade até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Para 51,4% dos entrevistados, a condenação do ex-presidente foi justa. Na avaliação de 32,1%, foi injusta. Outros 16,5% não souberam responder.
Contratada pelo Congresso em Foco, a pesquisa do Instituto Opinião ouviu 2 mil eleitores, entre os dias 16 e 19 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com 95% de confiabilidade para o resultado geral. As respostas foram coletadas por telefone por entrevistadores humanos. Foram feitos sorteios aleatórios na base de dados, sistemáticos, com critério de divisão geográfica, sexo, escolaridade e faixa etária.
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A pesquisa também traz outros dados importantes:
Para 51%, Brasil acerta ao não vender munições e armas para a Ucrânia
Seis em cada dez brasileiros apoia a taxação de grandes fortunas
Para 82,9%, vacinação é muito importante